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Reestruturação da TAP continuará a “massacrar” os contribuintes durante anos, diz Rio

ppdpsd / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

O líder do PSD, Rui Rio, acredita que a TAP continuará a absorver “muitos impostos dos portugueses”, afirmando que a reestruturação não resolverá “problema nenhum” e que irá “massacrar” os contribuintes durante anos.

“Estou é preocupado com a situação em particular da TAP”, indicou, sublinhando, durante uma conferência de imprensa após um encontro com o movimento “A Pão e Água” – que se manifesta esta sexta-feira no Porto – que “muitos impostos dos portugueses continuem a ser canalizados” para a empresa.

Em declarações transmitidas pela RTP3, Rio indicou que a reestruturação, “pelo desenho que tenho vindo a ver na comunicação social, parece-me que não vai resolver problema nenhum da TAP”.

“A TAP vai continuar a massacrar anos e anos e anos os portugueses com impostos para pagar muita ineficiência e para pagar salários que estão muito, muito acima daquilo que é o salário normal pago em Portugal para funções de responsável análoga ou equivalente”, acrescentou o social-democrata.

Rio declarou igualmente que o Governo está “a enganar os portugueses” com sucessivos anúncios de apoios que depois demoram a chegar. “A sociedade deve estar a pensar que os empresários da restauração estão bem”, depois de “tantos milhões anunciados pelo Governo”, mas “nada disso”, referiu, depois de receber empresários da restauração.

“O Governo sabe que por algum tempo consegue enganar os portugueses com estes anúncios e iludir as coisas. Não sei se vai conseguir muito tempo, mas tem tido sucesso nisso”, atirou o líder do PSD.

Sobre a medida que leva os sócio-gerentes a receberem dois terços do salário no apoio do Estado, face aos 100% recebidos pelos trabalhadores em ‘lay-off’, Rio indicou: “Continuo sem entender o que é que o Governo do PS tem contra trabalhadores que vivem do seu salário e que juntaram algum dinheiro para montar um negócio que eles próprios gerem”.

O líder do PSD entende que “é uma perseguição” e um “tabu ideológico absolutamente bacoco”. São “trabalhadores como os outros, que ainda por cima arriscaram parte das suas poupanças”, mas que “ainda levam pancada por cima”, apontou.

O valor do apoio aos sócios-gerentes foi aumentado por proposta do PSD, passando a corresponder à remuneração registada como base de incidência contributiva, quando é inferior a 658,22 euros. Quando a remuneração é igual ou superior aos 658 euros, o apoio corresponde a dois terços da remuneração, com limite de três salários mínimos.

Relativamente ao desconfinamento, Rio apontou que deve acontecer por localização, consoante o grau de risco, destacando que essa distinção deve ser feita a nível regional. Na sua opinião, é importante definir metas para esse processo, mas também indicadores para caso haja necessidade de voltar “a confinar”.

“Mal se atinja uma determinada linha vermelha, temos de parar a tempo, para não nos acontecer o que está a acontecer agora – se tivéssemos parado mais cedo, se calhar não precisávamos de parar tanta coisa” e o confinamento não talvez não tivesse de durar tanto tempo, defendeu.

Taísa Pagno //

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