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Ramalho desculpabiliza Vítor Fernandes e nega “relação especial” com Vieira

José Sena Goulão / Lusa

António Ramalho, presidente do Novo Banco

António Ramalho diz que as decisões sobre o crédito da Imosteps foram tomadas de forma colegial, descartando influência direta de Vítor Fernandes.

Numa carta enviada aos deputados da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, António Ramalho explica que as decisões sobre o crédito da Imosteps foram tomadas de forma colegial, desculpabilizando assim Vítor Fernandes.

O Ministério Público (MP) argumenta que Vítor Fernandes terá sido o informador de Luís Filipe Vieira na compra da dívida através de um esquema lesivo para o Fundo de Resolução (FdR).

Para o Ministério Público, Luís Filipe Vieira teve ajuda de Vítor Fernandes na compra da dívida da Imosteps por um sexto do seu valor. Fernandes terá avisado Vieira de que o seu nome não poderia aparecer numa proposta de compra da dívida, já que tal impediria que o Fundo de Resolução, financiado com o dinheiro dos contribuintes, desse o aval à venda.

Nessa mesma carta, citada pelo jornal Público, o presidente executivo do Novo Banco nega ainda ter uma “relação especial” com Luís Filipe Vieira.

“O valor do crédito da Imosteps — ativo tóxico do legado do BES —​ não correspondia ao seu valor nominal (54 milhões de euros) e que, aliás, apresentava sérios indícios de crédito de favor desde a sua origem”, começou por dizer António Ramalho.

“As decisões do Novo Banco são tomadas nos respetivos órgãos e comités, de forma colegial, e em estrito cumprimento das regras de funcionamento previstas nos respetivos estatutos, regulamentos ou normativos internos”, disse ainda Ramalho.

Naturalmente, Vítor Fernandes esteve “presente em reuniões do Conselho Financeiro e de Crédito e do Conselho de Administração Executivo, enquanto membro desse conselho e desse órgão social”, mas não terá tomado decisões a título individual.

Ramalho insiste ainda que a área comercial tem a “responsabilidade de acompanhar o relacionamento e as operações de cada cliente, mas não toma decisões relativas a imparidades de crédito, nem a operações de venda ou de concessão ou reestruturação de créditos”.

Daniel Costa, ZAP //

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