(dr) Charlie Hebdo

Numa altura em que França e Turquia estão em rota de colisão, a publicação satírica Charlie Hebdo colocou o presidente turco Recep Tayyip Erdogan na capa a levantar as vestes de uma mulher.
De acordo com o Diário de Notícias, o título principal da capa da edição desta semana do jornal satírico francês Charlie Hebdo é rdogan – No privado, ele é muito divertido”.
O cartoon, que foi esta terça-feira divulgado na Internet, mostra Erdogan sentado num sofá, de t-shirt e de roupa interior, com uma bebida de lata numa mão. Com a outra mão, o líder turco está a levantar a saia de uma mulher com véu, que não usa roupa interior. “Ouhh. O profeta”, diz o presidente turco na caricatura.
Os traços desenhados apontam para dois alvos: o fundamentalismo religioso e o autoritarismo político.
https://twitter.com/Charlie_Hebdo_/status/1321134572105572352
A Turquia condenou a caricatura de Erdogan, acusando o título satírico francês de “racismo cultural”.
“Condenamos este esforço absolutamente desprezível desta publicação para espalhar o seu racismo cultural e ódio“, escreveu o principal assessor de imprensa do chefe de Estado turco, Fahrettin Altun, na rede social Twitter. O representante associou a publicação deste cartoon ao “programa anti-muçulmano do Presidente francês Macron”, numa referência ao recente plano de ação das autoridades francesas contra o “separatismo islâmico”.
Outros responsáveis turcos atacaram a revista satírica francesa Charlie Hebdo por causa da sua capa de banda desenhada e acusaram-no de semear “as sementes do ódio e da animosidade”.
“Condenamos veementemente a publicação relativa ao nosso Presidente na revista francesa, que não respeita a fé, o sagrado e os valores“, escreveu o porta-voz de Erdogan, Ibrahim Kalin, no Twitter. “O objetivo destas publicações, que são desprovidas de moralidade e decência, é semear sementes de ódio e animosidade. Transformar a liberdade de expressão em hostilidade para com a religião e a crença só pode ser o produto de uma mentalidade doentia”.
Também vice-presidente turco, Fuat Oktay, utilizou as redes sociais para criticar o cartoon: “Condeno a publicação imoral deste incorrigível pano francês sobre o nosso presidente”. “Apelo à comunidade internacional moral e conscienciosa para que se pronuncie contra esta vergonha”, escreveu.
A publicação deste cartoon surge num momento de alta tensão entre o Presidente Emmanuel Macron e o seu homólogo turco.
A “guerra de palavras” entre França e Turquia começou com a morte do professor Samuel Paty, na semana passada, decapitado perto da escola onde tinha dado uma aula sobre liberdade de expressão e mostrou caricaturas do profeta Maomé.
O presidente francês condenou o crime, defendeu a ação do professor e prometeu uma maior vigilância sobre grupos islamitas.
Erdogan questionou recentemente a “saúde mental” de Macron devido à atitude deste em relação aos muçulmanos, declarações que levaram a França a chamar a Paris o seu embaixador na Turquia “para consultas”.
Antes, Erdogan já tinha considerado uma provocação as declarações de Macron sobre o “separatismo islamita” e a necessidade de “estruturar o islão” em França.
Entretanto, na segunda-feira, Recep Tayyip Erdogan fez um apelo aos cidadãos turcos para que não comprem produtos franceses, como retaliação pelas medidas tomadas em França contra grupos islâmicos.
Este contencioso vem juntar-se a uma longa lista de disputas entre Macron e o seu homólogo turco, que incluem desde as tensões no leste do Mediterrâneo ao conflito na Líbia, passando pelos confrontos no enclave de Nagorno-Karabakh.
Em 2006, o Charlie Hebdo reproduziu cartoons sobre o profeta Maomé – como outros jornais europeus – para defender a liberdade de imprensa após a publicação desses mesmos desenhos por um diário dinamarquês, algo que provocou na altura a cólera de muitos muçulmanos. O título satírico francês foi alvo em 2015 de um atentado jihadista que fez 12 mortos, entre os quais estavam jornalistas e caricaturistas do jornal.
ZAP // Lusa
E entao sobre o Hunter Biden, nada ZAP? O NYT não publica nada?
Vai ser em grande a vitória do Trump dia 3
Caro leitor,
É desagradável que a equipa do ZAP tenha que perder tempo a fazer uma pesquisa simples, só porque o leitor não quis perder o seu a fazê-la.
https://zap.aeiou.pt/?s=Hunter%20Biden
Mas na realidade, nem sequer é uma verdadeira pergunta, a sua. É uma mera provocação, igual às que já nos habituou, e às quais não voltaremos a perder tempo a dar atenção.
É bem ZAP. Há que pô-los no sítio. Quando puderem façam pf o mesmo ao Eu!
Olha temos aqui um caniche ahahahah
Os muçulmanos não gostam, voltem para as origens!
Se querem cá estar têm que cumprir com as regras dos países onde estão e não ao contrário!
Se a caricatura fosse de um cristão a levantar as saias de uma freira todos aplaudiam (e bem) como sátira pura. Tudo isto é estranho e fede a fundamentalismo e integralismo disfarçados de religião. Erdogan é mesmo um “democrata” de ferro (na linha de actuação Maoista). É apenas essa dicotomia (fundamentalismo religioso e integralismo politico) que está brilhantemente retratado na sátira.
A religião é respeitável mas não pode servir de escudo conforme os interesses. Como dizia um certo politico italiano, “devemos combater a pedofilia no seio da Igreja, mas é estranho que não existam quiasquer casos semelhantes com imãs ou com rabinos”…
Não existe casos ou não se sabe? Essa é a questão. Foi um prazer ler o seu comentário 😉 Cumprimentos
A Europa tem de simplificar a vida aos estrangeiros de forma muito simples, ler-lhes os direitos e obrigações a que estão sujeitos ao residir no país em questão. Caso discordem, o país de origem tem de ser a próxima paragem e ponto final. Com tudo isto que vejo, até dá a sensação que a França já é uma guerra ganha.