Quem é Hashem Safieddine, o novo líder do Hezbollah?

khamenei.ir / Wikipedia

Hashem Safieddine, o provável novo líder do Hezbollah?

O movimento xiita libanês Hezbollah confirmou este sábado que o seu líder, Hassan Nasrallah, foi morto num ataque aéreo israelita em Beirute. O seu provável sucessor já estava escolhido — há 16 anos.

Segundo um relatório saudita citado pelo jornal israelita Haaretz, o Conselho da Shura do Hezbollah, órgão central de decisão do grupo xiita, irá escolher Hashem Safieddine para substituir Hassan Nasrallah como novo líder do Hezbollah.

O histórico líder do Hezbollah foi morto esta sexta-feira, juntamente com várias figuras da hierarquia da organização terrorista libanesa, num ataque israelita ao seu quartel-general no sul de Beirute, bastião do grupo xiita.

Hashem Safieddine terá sido designado em 2008, numa reunião geral do Hezbollah, como próximo líder da organização “no caso de os sionistas conseguirem assassinar Hassan Nasrallah”.

A escolha de Safieddine como novo líder é também apontada este domingo como provável pelo Al-Arabiya, mas a decisão final cabe Conselho da Shura.

Hashem Safieddine lidera o Conselho Executivo do Hezbollah, que coordena os assuntos políticos e as atividades civis da organização, incluindo comunicações, educação, saúde, economia e sindicatos.

Safieddine, que integra a estrutura do Hezbollah desde a sua fundação, em 1982, faz também parte do Conselho da Jihad, que coordena as operações militares do grupo.

Primo materno de Nasrallah, nasceu em 1964, na cidade de Deir Qanoun En Nahr, no distrito de Tiro, no sul do Líbano. Tal como Nasrallah, Safieddine é reconhecido como descendente do profeta Maomé, o que lhe concede o título honorífico de sayyed e o direito de usar um turbante preto.

Estudou teologia no Iraque e no Irão, ao lado de Nasrallah, e regressou a Beirute em 1994 para chefiar o Conselho Executivo. Um dos filhos de Safieddine é casado com Zeinab Soleimani, filha do general iraniano Qassem Soleimani, assassinado em 2020 numa operação militar ordenada por Donald Trump.

Safieddine apareceu abertamente em eventos políticos e religiosos, bem como em funerais de combatentes mortos do Hezbollah.

As suas declarações públicas refletem o compromisso do grupo libanês com a causa palestina, diz a Sputnik News. “A nossa história, as nossas armas e nossos mísseis estão com vocês. Tudo o que temos está com vocês“, afirmou Safieddine em outubro de 2023 em Dahieh.

Tem também criticado veementemente a política dos EUA. Em resposta à pressão americana sobre o Hezbollah, declarou em 2017: “Esta administração americana mentalmente impedida e louca, chefiada por Trump, não será capaz de prejudicar a resistência. Estas ações apenas reforçam a determinação do Hezbollah”.

Em julho, durante um discurso, Safieddine abordou a forma como o Hezbollah vê sua sucessão de liderança. “Na nossa resistência, quando um líder é martirizado, outro líder agarra na bandeira e segue em frente, com uma nova, certa e forte determinação.”

ZAP //

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