“Nasrallah está morto”. Israel anuncia morte do líder do Hezbollah

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O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah

O exército israelita anunciou hoje a morte do líder do movimento islamita armado libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque na sexta-feira à sede da organização em Beirute.

“Nasrallah está morto”, declarou o porta-voz do exército, tenente-coronel Nadav Shoshani, nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.

Um outro porta-voz do exército, o capitão David Avraham, confirmou à AFP que o líder do Hezbollah foi eliminado.

Segundo a agência norte-americana AP, o Hezbollah confirmou já a morte de Nasrallah.

O xeque Hassan Nasrallah, há 30 anos líder do movimento militante islâmico xiita libanês Hezbollah, é uma das figuras mais conhecidas e influentes do Médio Oriente, salienta a BBC.

Nasrallah, que terá sido o alvo do ataque aéreo lançado esta sexta-feira por Israel a Beirute, que causaram pelo menos seis mortos e 91 feridos, não é visto em público há anos devido ao receio de ser assassinado por Israel.

Na tarde desta sexta-feira, Israel lançou um ataque sem precedentes contra um edifício residencial nos subúrbios de Beirute, onde se situa a sede do grupo xiita libanês Hezbollah, no que fontes de segurança descreveram como uma tentativa de assassinar o seu líder máximo, Hassan Nasrallah.

Na quinta-feira, um dia depois do maior ataque em 18 anos de Israel ao Líbano, o Hezbollah tinha lançado o seu ataque mais profundo em Israel, com a sede da Mossad na mira, tendo disparado cerca de 300 foguetes contra os arredores de Telavive.

Quem é Hassan Nasrallah

Figura obscura com ligações pessoais estreitas ao Irão, Hassan Nasrallah desempenhou um papel fundamental na transformação do Hezbollah na força política e militar que é hoje — e continua a ser venerado pelos apoiantes do grupo.

Sob a liderança de Nasrallah, o Hezbollah ajudou a treinar combatentes do grupo armado palestiniano Hamas, bem como milícias no Iraque e no Iémen, e obteve mísseis e foguetes do Irão para serem utilizados contra Israel.

Naszbollah conduziu a evolução do Hezbollah de uma milícia fundada para combater as tropas israelitas que ocupavam o Líbano para uma força militar mais forte do que o exército libanês.

Sob o seu comando, a organização tornou-se um agente de poder na política libanesa, um importante fornecedor de serviços de saúde, educação e sociais e um elemento fundamental da supremacia regional do seu apoiante, o Irão.

Nascido em 1960, Hassan Nasrallah cresceu no bairro oriental de Bourj Hammoud, em Beirute, onde o seu pai, Abdul Karim, geria uma pequena mercearia. Era o mais velho de nove filhos. Juntou-se ao movimento Amal, na altura uma milícia xiita, depois de o Líbano ter entrado numa guerra civil em 1975.

Depois de um breve período na cidade santa iraquiana de Najaf para frequentar um seminário xiita, voltou a juntar-se ao Amal no Líbano, antes de se separar do grupo, juntamente com outros, em 1982, pouco depois de Israel ter invadido o Líbano em resposta a ataques de militantes palestinianos.

O novo grupo, o Amal Islâmico, recebeu um apoio militar e organizacional considerável dos Guardas Revolucionários do Irão, baseados no Vale do Bekaa, e tornou-se a mais proeminente e eficaz das milícias xiitas que viriam a formar o Hezbollah.

Em 1985, o Hezbollah anunciou oficialmente a sua criação, publicando uma “carta aberta” que identificava os EUA e a União Soviética como os principais inimigos do Islão e apelava à “obliteração” de Israel, que, segundo ele, ocupava terras muçulmanas.

Nasrallah foi subindo na hierarquia do Hezbollah à medida que a organização crescia. Depois de ter servido como combatente, tornou-se diretor do Hezbollah em Baalbek, depois em toda a região de Bekaa e, em seguida, em Beirute.

Tornou-se líder do Hezbollah em 1992, com 32 anos, depois de o seu antecessor Abbas al-Musawi ter sido assassinado num ataque de helicóptero israelita.

Manifesto político e linha dura

Uma das suas primeiras ações de Hezbollah como novo líder da organização terrorista foi a retaliação contra o assassínio de Musawi, com ataques com rockets que mataram uma rapariga; um agente de segurança israelita na embaixada de Israel na Turquia foi morto por um carro armadilhado e um bombista suicida atacou a embaixada israelita em Buenos Aires, Argentina, matando 29 pessoas.

Nasrallah geriu também uma guerra de baixa intensidade com as forças israelitas, que terminou com a retirada destas do sul do Líbano em 2000, embora tenha sofrido uma perda pessoal quando o seu filho mais velho, Hadi, foi morto num tiroteio com as tropas israelitas.

Após a retirada, HassanNasrallah proclamou que o Hezbollah tinha alcançado a primeira vitória árabe contra Israel. Prometeu também que o Hezbollah não se desarmaria, afirmando que considerava que “todo o território libanês devia ser restaurado”, incluindo a zona das Quintas de Shebaa.

A situação manteve-se relativamente calma até 2006, altura em que os militantes do Hezbollah lançaram um ataque transfronteiriço que causou a morte de 8 soldados israelitas e o rapto de dois outros, desencadeando uma resposta israelita maciça.

Os aviões de guerra israelitas bombardearam os redutos do Hezbollah no Sul e nos subúrbios do Sul de Beirute, enquanto o Hezbollah disparava cerca de 4.000 foguetes contra Israel.

Mais de 1.125 libaneses, na sua maioria civis, morreram durante os 34 dias de conflito, bem como 119 soldados israelitas e 45 civis. A casa e os escritórios de Nasrallah foram alvo de aviões de guerra israelitas, mas ele sobreviveu ileso.

Em 2009, Nasrallah publicou um novo manifesto político que procurava realçar a “visão política” do Hezbollah.

O novo manifesto abandonou a referência a uma república islâmica que constava do documento de 1985, mas manteve uma linha dura contra Israel e os EUA e reiterou que o Hezbollah precisava de manter as suas armas, apesar de uma resolução da ONU que as proibia no sul do Líbano.

“As pessoas evoluem. O mundo inteiro mudou nos últimos 24 anos. O Líbano mudou. A ordem mundial mudou“, disse Nasrallah.

Quatro anos mais tarde, Nasrallah declarou que o Hezbollah estava a entrar numa “fase completamente nova” da sua existência, enviando combatentes para a Síria para ajudar o seu aliado apoiado pelo Irão, o Presidente Bashar al-Assad, a pôr fim a uma rebelião.

“É a nossa batalha e estamos à altura dela”, afirmou. Mas os líderes sunitas libaneses acusaram o Hezbollah de arrastar o país para a guerra da Síria e as tensões sectárias agravaram-se dramaticamente.

Em 2019, uma profunda crise económica no Líbano desencadeou protestos em massa contra uma elite política há muito acusada de corrupção, desperdício, má gestão e negligência. Inicialmente, Nasrallah expressou simpatia pelos apelos às reformas, mas a sua atitude mudou quando os manifestantes começaram a exigir uma revisão completa do sistema político.

A 8 de outubro de 2023, um dia depois do ataque sem precedentes a Israel perpetrado por homens armados do Hamas, que desencadeou a guerra em Gaza, os combates esporádicos entre o Hezbollah e Israel intensificaram-se.

O Hezbollah disparou contra posições israelitas, em solidariedade com os palestinianos.

Num discurso proferido em novembro, Nasrallah afirmou que o ataque do Hamas tinha sido “100% palestiniano, tanto em termos de decisão como de execução”, mas que os disparos entre o seu grupo e Israel eram “muito importantes e significativos”.

O grupo lançou mais de 8.000 foguetes contra o norte de Israel e os Montes Golã, ocupados por Israel. Também disparou mísseis anti-tanque contra veículos blindados e atacou alvos militares com drones explosivos.

As Forças de Defesa de Israel retaliaram com ataques aéreos e fogo de tanques e artilharia contra posições do Hezbollah no Líbano.

No seu mais recente discurso, Nasrallah responsabilizou Israel pela detonação de milhares de pagers e aparelhos de rádio utilizados pelos membros do Hezbollah, que causou a morte de 39 pessoas e feriu milhares de outras.

Nasrallah afirmou que Israel tinha “ultrapassado todas as linhas vermelhas“. Reconheceu que o grupo tinha sofrido um “golpe sem precedentes”.

Pouco tempo depois, Israel intensificou drasticamente os ataques contra o Hezbollah, lançando vagas de bombardeamentos que mataram cerca de 800 pessoas.

ZAP // Lusa

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13 Comments

  1. Menos Un ! …..mas são tantos excrementos de parte e de outra e por todo o Planeta , para eliminar , que provavelmente , Eu não poderei jamais testemunhar de uma Paz Mundial !

    • Marco mas o Islão é só retorica de esquerda um a relegião de paz, claro que é uma religião de paz como são todas de esquerda ou direita.

  2. O «Hezbollah» acaba de confirmar o assassinato do seu secretário-geral, Hassan Nasrallah, tornando-se assim mais um mártir na luta dos Povos Árabes contra o invasor Anglo-Sionista e pela libertação do Médio-Oriente.
    É dever de Portugal como País do Cristianismo e dos Portugueses como Cristãos – independentemente de serem praticantes ou não – prestar homenagem e agradecer a coragem e determinação com que Hassan Nasrallah e o «Hezbollah» por si liderado defenderam os Cristãos do Médio-Oriente contra a barbárie e genocídio do invasor e ocupante Anglo-Sionista.

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  3. Nasrallah já vai tarde, aliás o que é que o Hezbollah está a fazer no Líbano e com o apoio do Irão?
    Será que os Libaneses não têm o direito de criar um governo sem interferência?

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  4. Engraçado, Judeus… de vítimas a carrascos… “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”!
    Afeganistão, de talibãs a país democrático, que preza e defende a Mulher, que vive na paz e amor, após a saída dos países ocidentais, opressores.

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