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Putin avisa que quem ameaçar a Rússia “se irá arrepender como nunca”

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Yuri Kochetkov / EPA

O presidente Vladimir Putin emitiu um alerta durante o seu discurso anual ao Governo. O líder frisou que qualquer membro da comunidade internacional que ameace a Rússia “se irá arrepender como nunca se arrependeu antes”.

O aviso é feito numa altura em que a Rússia se vê encurralada por uma chuva de críticas provenientes, sobretudo, do Ocidente.

Com a prisão de Navalny e o aumento de militares na fronteira com a Ucrânia a tensão entre Moscovo e a comunidade internacional tem extrapolado cada vez mais, mas Putin não deixa nada por dizer e já avisou todos aqueles que lhe têm feito ultimatos – e até mesmo aplicado sanções – de que quem se intrometer na política interna “se irá arrepender como nunca se arrependeu antes”.

Embora Putin tenha dedicado a maior parte do seu discurso a prometer uma vida melhor aos russos que enfrentam dificuldades económicas, as suas ameaças direcionadas ao Ocidente surgem uma altura em que o país está também a ser amplamente criticado pelas suas movimentações na Ucrânia.

“Não queremos queimar pontes, mas quando alguém vê as nossas boas intenções como indiferença ou fraqueza e pretende explodir essas pontes, devem saber que a resposta da Rússia será assimétrica, rápida e dura”, referiu Putin.

O aviso pode ser para vários países, mas é sobretudo direcionado para os EUA. Na semana passada, Washington aplicou sanções económicas à Rússia para punir o país por uma campanha de espionagem cibernética e esforços para influenciar a eleição presidencial.

Por outro lado, a administração Biden prometeu “consequências” para o Kremlin, caso Navalny morra na prisão, já que têm sido dados vários alertas sobre o seu frágil estado de saúde.

Apesar de Putin lançar vários avisos para o exterior, também internamente o Governo está a ser desafiado, numa altura em que a oposição tem vindo a apelar a protestos em massa em todo o país em apoio ao crítico do Kremlin.

A última vez que este tipo de manifestações ocorreram foi entre janeiro e fevereiro, e na altura cerca de 11.000 pessoas foram presas, recorda o The Washington Post.

A participação nos protestos foi estimulada não apenas pelo apoio a Navalny, mas também pela insatisfação geral com a liderança de Putin.

Há um ano, no seu discurso no parlamento, Putin sugeriu mudanças constitucionais que permitiram que concorresse a mais dois mandatos de seis anos assim que o atual expirasse em 2024.

Agora, o líder russo assinou a lei que lhe poderá permitir apresentar-se a dois novos mandatos presidenciais, e preservar o poder até 2036.

Ana Isabel Moura, ZAP //

3 Comments

  1. Está é com medo pensava que assustava tudo e todos e agora os EUA e a Europa também, já devia ser há muito tempo, esse ditador camelo.

  2. O Czar Vladimir, o Terribilíssimo, como sempre: veneno, bravatas e terror. Sinais de enfraquecimento e tudo indica que o seu plano para continuar no poder até 2036 é uma fantasia em noites geladas siberianas. Começam a aparecer espinhos , que o digam os Alexei Navalny que surgirão pele frente… É o que pensa [email protected]

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