PT não sabia de toda a informação no negócio da Rioforte

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Ricardo Salgado, ex-presidente do BES

Ricardo Salgado, ex-presidente do BES

A auditoria feita pela PwC revela que a PT não tinha acesso a toda a informação importante em relação à situação da Rioforte no negócio com o BES.

Na auditoria é possível ler que a “PwC verificou, nomeadamente nas aplicações efetuadas em papel comercial da Rioforte em abril de 2014, que foi necessário que a PT Finance e a PT SGPS aumentassem o seu nível de endividamento para que, mantendo as aplicações em papel comercial da Rioforte, conseguissem fazer face aos compromissos assumidos, nomeadamente devido à fusão com a Oi”. “Este aumento do endividamento não teria sido necessário caso não tivessem sido feitas as aplicações em papel comercial da Rioforte.”

No documento elaborado pela PwC e revelado ontem pela CMVM também é possível ler que a PT SGPS não terá feito “qualquer análise de risco antes da realização de aplicações financeiras em títulos da ESI [Espírito Santo Irmãos]/Rio Forte”. Para além disso, também foram dispensadas quaisquer consultas ao mercado, para que fosse possível determinar a aplicação em títulos que fosse mais benéfica para a PT.

Outra conclusão tirada na auditoria é que a consultora reconhece que algumas das declarações dadas por pessoas importantes para o caso conseguem ser “contraditórias”.

Apesar de ser possível já vislumbrar mais sobre aquilo que poderá ter acontecido nas relações entre a PT SGPS e o GES, a CMVM decidiu suspender as negociações dos títulos da Portugal Telecom, até que seja revelada informação relevante para o caso.

A CMVM estará preocupada com as falhas de informação que possam afetar a capacidade de decisão dos acionistas da PT, que têm de dar o seu parecer na assembleia-geral, a realizar no próximo dia 12 de janeiro. Esta decisão do regulador surge após um dia em que as ações da Portugal Telecom recuperaram terreno na Bolsa de Lisboa, impulsionando o PSI para campos positivos.

No entanto, na quarta-feira, dia seguinte às buscas na sede da PT SGPS, em busca da auditoria feita pela PwC, as ações da Portugal Telecom tombaram quase 20%, sendo negociadas a mínimos históricos.

Cátia Rocha, B!T

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