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“Para ser poder, o PSD não tem de se deslocar para a esquerda ou direita”

Rodrigo Antunes / Lusa

O presidente do PSD defendeu, esta quinta-feira, que o partido, “para ser poder, não tem de se deslocar nem para a direita, nem para a esquerda”, mas ter “abertura suficiente” para liderar um movimento mais amplo.

No final de uma visita à 55.ª Capital do Móvel, exposição de mobiliário de Paços de Ferreira patente no Pavilhão Carlos Lopes, no Parque Eduardo VII, em Lisboa , Rui Rio foi questionado se achava que, como foi dito na convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), a direita precisava de se sentar num divã.

“Não sinto que nem a direita nem a esquerda se tenham de sentar num divã, de qualquer forma quer a direita quer a esquerda dizem-me pouco, porque eu sou ao centro”, disse, reafirmando o posicionamento que expressou esta quarta-feira à noite, no encerramento da convenção do MEL.

Para o líder social-democrata, “o PSD não precisa de fazer nenhuma deriva nem à direita nem à esquerda para governar”.

Tem de estar no seu posicionamento e capaz de poder liderar um movimento mais alargado que o possa levar ao poder”, disse Rio, admitindo que as maiorias absolutas são cada vez mais difíceis quer para PSD quer para PS.

Questionado sobre as várias críticas que lhe foram dirigidas pelos líderes do CDS, Chega e Iniciativa Liberal sobre o seu posicionamento, Rio não quis comentar diretamente.

“Isso não é nada comigo, eu não fui ao congresso das direitas, fui a uma conferência dizer o que entendia serem as principais linhas de rumo para o país, na economia e na política. Os outros foram lá dizer outras coisas, se calhar sentiram-se no congresso das direitas e vieram dizer aquilo…”, disse.

Sobre se as pontes ficaram mais fáceis ou mais difíceis depois desta convenção do MEL, Rio respondeu: “Se fosse para lá criticar os outros, as pontes eram mais difíceis. Cada um faz o que entende”.

O líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, foi uma das vozes mais críticas a Rio. “Querer ser do centro é querer ser tudo e não ser coisa nenhuma”, atirou no seu discurso.

André Ventura, presidente do Chega, mostrou-se insatisfeito com a oposição que o ‘laranja’ faz ao Governo e, por sua vez, João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal, acusou Rio de “fazer o discurso do Bloco de Esquerda e do PCP”.

Questionado sobre a presença, durante os dois dias da iniciativa, do seu antecessor Pedro Passos Coelho, que assistiu na primeira fila ao seu discurso, Rio diz ter gostado “imenso” de rever o antigo primeiro-ministro.

“Já não estava com o doutor Passos Coelho há muito tempo, conhecemo-nos desde os meus 20 e poucos anos e desde os 17 anos dele. Foi uma conversa muito agradável, tive muito gosto, muito prazer, gostei imenso”, afirmou.

O atual líder do PSD acrescentou até que a sua própria intervenção no MEL “está em larga medida sintonizada com o que é o pensamento do doutor Passos Coelho”.

Esta quinta-feira, numa entrevista à rádio Renascença e ao jornal Público, João Cotrim de Figueiredo piscou o olho ao PSD e disse não ver problema em transpor o acordo alcançado nos Açores para a Assembleia da República em legislativas futuras.

Também André Ventura, em declarações à agência Lusa, disse querer transformar o congresso deste fim-de-semana, em Coimbra, num palco para definir e votar as “balizas” de um eventual acordo de Governo com o PSD após as Legislativas.

ZAP // Lusa

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