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No congresso da direita, Rio alinhou-se ao centro e ouviu-se o eco de Passos Coelho

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Manuel de Almeida / Lusa

O ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho (D), cumprimenta o líder do PSD, Rui Rio, no último dia da 3.ª Convenção do MEL – Movimento Europa e Liberdade.

Apesar das críticas, Rui Rio realinhou o PSD ao centro e não fechou a porta a entendimentos com o PS. Enquanto isso, reina o sentimento de que a direita espera por Pedro Passos Coelho.

Os partidos de direita voltaram a reunir-se esta quarta-feira para o congresso do Movimento Europa e Liberdade (MEL). Num dos momentos mais ansiados do dia, o presidente do PSD, Rui Rio, subiu ao palco. O seu nome veio muito à baila nos dois últimos dias, com os líderes partidários a acusarem-no de fugir da direita para o centro.

Rio não o negou. Pelo contrário, recebeu as críticas de braços abertos e explicou que era um mero convidado no MEL: “Se isto fosse um congresso das direitas, eu provavelmente tinha sido barrado, porque o PSD não é um partido de direita. É um partido de centro”.

A verdade é que pouco falou sobre quem disparou na sua direção, desde Francisco Rodrigues dos Santos a João Cotrim Figueiredo e André Ventura. “A questão é que antes só havia o CDS à direita do PSD e agora há mais partidos”, realçou Rui Rio.

Como escreve o semanário Expresso, o social-democrata não descartou entendimentos pontes ou entendimentos com António Costa. Com o próprio disse: é ao centro que se ganham votos.

“O PS não quer fazer reforma nenhuma, não quer contrariar o discurso do politicamente correto, porque o politicamente correto é a arma dos interesses instalados, a arma do imobilismo”, disse Rio.

O líder da oposição diz ainda que se o PS não quer reformar o sistema e está ao lado dos interesses instalados, então vai ser penalizado nas urnas.

“É obviamente muito difícil, mas estando consciente do que o país precisa, a luta não é virar as costas. António Costa não aproveita esta oportunidade para rasgar novos horizontes ao país. Mas é nossa obrigação tudo fazer para mudar. E quem não quer mudar é que deve ser penalizado nas urnas por isso”, explicou.

Nos 45 minutos do seu discurso, ignorou quase todas as críticas dos restantes líderes partidários da direita. Rio não foi lá para regatear — afinal de contas, era um convidado nesta casa da direita que não é a dele.

Francisco Rodrigues dos Santos foi uma das vozes mais críticas a Rui Rio. “Querer ser do centro é querer ser tudo e não ser coisa nenhuma”, atirou o líder do CDS-PP.

André Ventura mostrou-se insatisfeito com a oposição que o ‘laranja’ fez ao Governo. Por sua vez, João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, acusou Rio de “fazer o discurso do Bloco de Esquerda e do PCP”.

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho esteve no MEL e sentou-se lado a lado com Rui Rio. No final, Passos Coelho recusou fazer “análise política” e disse que não estava lá como “ator”.

A verdade é que o resto da direita parece esperar por Pedro Passos Coelho, acreditando ser o único que neste momento seria capaz de devolver a direita ao poder.

Ventura disse que “o Chega nasceu para governar” e que “é tempo de apresentar aos portugueses uma solução para governar, independentemente de o líder do PSD ser Rui Rio ou outro”.

“Hoje estamos a falar de convergência simplesmente porque Pedro Passos Coelho deixou de ser líder do PSD. Não tenho dúvidas que Rui Rio seria muito melhor primeiro-ministro do que António Costa, a verdade é que não tem adesão popular, não é entendido como uma verdadeira alternativa. E em democracia, sem ganhar eleições não se consegue mudar o rumo de país”, sintetizou Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais, citado pelo Observador.

Os três dias de congresso serviram para provar que a direita está fraturada e Rio não é visto como uma opção viável para juntar as peças. Enquanto isso, aguarda-se por um eventual regresso de Pedro Passos Coelho à cena política.

Daniel Costa, ZAP //

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7 Comments

  1. E no IL, CDS, ou Chega; ninguém arranja por lá o tacho para o Passos fazer o que sempre fez (parasitar e viver à custa de dinheiros públicos)?!

  2. A história repetesse, é a velha história
    ” Fui a Figueira ,fazer a rodagem ao carro, ficamos a saber que tinha carro novo ” e sai Presidente .
    Rstiveram lá todos, mas.. foram lá todos ouvir !!!!
    Eu wue sou mentiroso , tenho vergonha e não chego a tanto .
    “Sai da politica , definitivamente ,
    ” mas fui fszer a rodagem …
    Cuidem-se , estão todos perdidos.
    Pai perdoa-lhes, não sabem o que
    dizem .

    • Aparece outro José Fonseca. Está a dar, vou experimentar outro, mas garanto que não giro o José nem o Fonseca. A partir de agora deixarei de usar este nome no ZAP. Tchau.

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