Depois do encontro com o primeiro-ministro, os representantes do PSD e do PS concordam com o reforço de medidas, nomeadamente a exigência do certificado de vacinação e de um teste em alguns sítios.
No final da reunião com o primeiro-ministro, que termina hoje a ronda com os partidos com assento parlamentar devido à evolução da pandemia, Rui Rio defendeu não serem necessárias “medidas que entravem o andamento normal da economia”, nem sequer medidas “mais pesadas e mais em força”.
“No fundo, a equação é fazer tudo aquilo que é necessário fazer para proteger a população, sem chegarmos ao ponto a que se chegou no passado, confinamentos e de fechos de determinados negócios. Neste momento, não parece necessário“, afirmou.
Segundo o líder social-democrata, depois da reunião com António Costa, “aquilo que parece razoavelmente sensato e mais ou menos consensual na sociedade portuguesa” é, em primeiro lugar, a “necessidade de o Governo voltar a instalar todos os centros de vacinação necessários” para cumprir a terceira dose na população portuguesa.
“Continuar com o uso de máscara, particularmente em recintos onde estejam mais pessoas, e exigir, em sítios onde haja uma aglomeração de pessoas, o certificado de vacinação e um teste”, sintetizou, medida que já tinha sido revelada ontem pelo líder do Chega.
Também José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, concordou com essa medida do “duplo certificado”.
“Aquilo que o PS transmitiu foi que o Governo não deve hesitar em adotar todas as medidas que forem necessárias para mitigar e para controlar a progressão da pandemia”, afirmou.
“É muito importante todos termos uma consciência da nossa responsabilidade individual, coletiva, e estarmos preparados para medidas de reforço, nomeadamente em relação ao uso da máscara, testagem no acesso aos recintos fechados e espaços interiores, necessidade de fazermos do certificado de vacinação e da testagem um procedimento regular nas nossas vidas e também estarmos preparados para a necessidade do reforço das entradas e das saídas do país, portanto, do controlo das fronteiras”, referiu no final da reunião.
De acordo com o socialista, esta questão das fronteiras prende-se com o facto de Portugal ser “um país aberto ao mundo”, o que faz com que esteja exposto “aos riscos que proveem de regiões onde a vacinação ainda não alcançou níveis” como o do país.
“O recurso ao teletrabalho para efeitos de proteção e de apoio familiar, caso venha a ser julgado necessário, pois é com certeza um dos recursos que devemos ter à nossa mão, não colocando em causa o funcionamento essencial dos serviços e da oferta de bens públicos essenciais”, adiantou ainda.
Questionado sobre o modelo, José Luís Carneiro respondeu que se trata da “recomendação do teletrabalho como já ocorreu em determinados períodos da pandemia”, tendo que ser avaliado “os termos, o âmbito e a intensidade”.
O dirigente do PS sublinhou ainda a importância de se continuar “a reforçar este esforço de vacinação” que Portugal tem feito.
“Este esforço de vacinação é um esforço para o qual todos temos o dever de concorrer porque está provado que a vacinação é mesmo a melhor e maior prioridade”, afirmou.
O primeiro-ministro tem recusado antecipar as novas medidas para conter a pandemia da covid-19, remetendo um eventual anúncio para esta quinta-feira, dia em que se reúne o Conselho de Ministros.
ZAP // Lusa