O primeiro-ministro recusou antecipar as novas medidas para conter a pandemia de covid-19, remetendo um eventual anúncio para quinta-feira, quando se reúne o Conselho de Ministros, e depois de consultados os partidos.
“Hoje não é dia de falar, hoje é dia de ir ouvir os partidos, amanhã continuar a ouvir os partidos e quinta-feira falarei”, disse António Costa aos jornalistas, à margem do 9.º Congresso Nacional dos Economistas, que decorre em Lisboa.
O primeiro-ministro recebe, entre esta terça e quarta-feira, os partidos com representação parlamentar para discutir a situação epidemiológica em Portugal, num momento em que o país regista um crescimento das taxas de incidência e de transmissão (Rt) da covid-19, antes de o Governo aprovar novas medidas, o que poderá acontecer no Conselho de Ministros de quinta-feira.
Hoje, o primeiro-ministro já esteve reunido com os representantes do IL, do Chega e do PEV e ainda vai ouvir os do PAN, do CDS-PP, do PCP e do BE.
No final da reunião com o chefe do Governo, o presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, saudou “o facto de não haver a intenção de voltar a confinar as atividades económicas e proceder a restrições idênticas às que já tivemos no passado”.
Para os liberais, “outro ponto positivo foi o facto de, pela primeira vez, aquilo que o Governo que tem designado por autoavaliação de risco ter um papel bastante mais importante do que teve no passado”.
“As divergências tiveram a ver com o facto de o Governo continuar a achar que é uma possibilidade exigir certificados ou testes para determinadas atividades sem que isso seja decidido pelos próprios promotores dessas atividades, mas sim imposto centralmente”, criticou.
Por sua vez, o presidente do Chega, André Ventura, revelou que o Executivo está a ponderar exigir o uso simultâneo de “certificado e de teste obrigatório até 48 horas antes” para a entrada em locais como bares, discotecas e grandes eventos, como desportivos.
Segundo o líder do Chega, o Governo não irá impor a mesma medida para a restauração, sendo que nesse caso será apenas exigido o certificado “independentemente do dia e da hora”.
Já à saída da reunião com o primeiro-ministro, a dirigente do PEV, Mariana Silva, rejeitou que “se feche ou alguma coisa ou que tenha alguma restrição de horário porque há todas as condições” para, mantendo as precauções, se continuar com o “dia a dia” em Portugal.
“Consideramos que é necessário continuar a normalizar os nossos dias, tendo uma forte comunicação no que diz respeito às medidas que temos de continuar a tomar, de uso de máscara, de arejamento dos espaços”, defendeu.
Na perspetiva da deputada de “Os Verdes”, para que estas medidas de proteção possam ser tomadas é necessário “continuar e reforçar a fiscalização dos locais do trabalho”, além de reforçar “os transportes públicos e o SNS”.
No caso do Serviço Nacional de Saúde, em concreto no que diz respeito à administração da terceira dose da vacina, pedindo “mais profissionais que possam acompanhar este processo de vacinação e possam acompanhar também todas as outras necessidades e respostas do SNS”.
Esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afastou a ideia de um novo confinamento, afirmando que a “situação não aponta para isso” e “não tem comparação” com a de “há um ano”.
ZAP // Lusa