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PS não dá a geringonça como morta (e diz que o Bloco exagerou)

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Para o PS, a geringonça não morreu. Os socialistas, que reagiam às declarações da coordenadora do Bloco Esquerda, consideraram “exagerada” as declarações do partido sobre a ausência de um acordo escrito de legislatura e negaram cedências a confederações patronais em matéria de leis laborais.

Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo dirigente socialista e secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, duas horas depois de a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, também em conferência de imprensa, ter lamentado a decisão do PS de não continuar com o modelo da ‘geringonça’.

Na quinta-feira, à noite, em reunião da Comissão Política do PS, António Costa afirmou que os socialistas, para a nova legislatura, não fariam nenhum acordo escrito de legislatura.

No entanto, Catarina Martins disse que soube de antemão que o PS não iria assinar qualquer acordo escrito com o Bloco, depois de Costa se ter reunido na quinta-feira com as confederações patronais e ter logo aí afastado mudanças na legislação laboral.

Para o PS, a ‘geringonça’ não morreu. Vai haver continuidade de trabalho nos próximos quatro anos”, defendeu Duarte Cordeiro, que classificou como “exagerada” a reação de Catarina Martins à decisão de os socialistas não assinarem para a nova legislatura um acordo escrito de legislatura com nenhum dos parceiros (Bloco de Esquerda, PCP, PEV, Livre e PAN).

“Ao decidir pôr um ponto final à existência do modelo de acordo político que ficou conhecido como ‘geringonça’, o Partido Socialista recusa um modelo que deu provas de resistência face a turbulências políticas, que impediu recuos e assegurou um percurso estável de recuperação do país e de respeito pelos direitos e rendimentos”, afirmou Catarina Martins na sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa.

José Soeiro e José Gusmão foram outros dos bloquistas que criticaram a decisão. Ontem [esta quinta-feira] percebemos que a juras de amor à geringonça do PS na noite eleitoral foram aquilo a que António Costa chamaria um golpe de teatro. A peça esteve em exibição menos de uma semana”, escreveu José Gusmão, citado pelo Expresso.

Também José Soeiro, num artigo de opinião que assina no mesmo semanário, acusa António Costa de e ter cedido à “tentação de agitar a ‘estabilidade política’ como chantagem” como estratégia governantiva, detalhando que o PS recusou a proposta inicial do Bloco “sem fazer qualquer contraproposta”.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. A Catarina ainda não percebeu que o Costa usa o Bloco como quer e lhe apetece. Ela ainda não percebeu que o Bloco foi e o Costa assim espera que seja apenas um instrumento ao serviço do PS como foi na anterior legislatura.
    Coitados enquanto forem assim nunca passarão disso.

  2. As conjunturas históricas e eleitorais, actuais, são completamente diferentes… O PS não tem necessidade de ficar sempre “amarrado”, e apenas, às exigências dos partidos de esquerda…Há que ir variando os acordos e tudo correrá dentro da normalidade…

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