A deputada do Chega Cristina Rodrigues, candidata pelo partido no Porto, nas próximas legislativas antecipadas, terá usado a Internet da mãe e da Assembleia da República para apagar emails do PAN, crime pelo qual vai ser julgada.
Cristina Rodrigues foi acusada pelo Ministério Público (MP) da “prática de um crime de dano relativo a programas ou outros dados informáticos”, por suspeitas de que apagou quatro mil emails de uma conta interna do PAN (Partido Animais Natureza) quando deixou este partido em Junho de 2020, passando a deputada não inscrita.
O Parlamento já levantou a imunidade parlamentar da agora deputada do Chega, que vai a julgamento em Maio, o mesmo mês em que será candidata deste partido pelo círculo eleitoral do Porto, nas legislativas antecipadas.
Na acusação do MP, a que a revista Sábado teve acesso, refere-se que “a ilicitude da conduta é muito elevada“.
Entre as provas recolhidas contra Cristina Rodrigues está “a identificação dos IP suspeitos” que apontam directamente para a deputada, e para a outra arguida, Sara Fernandes, que era funcionária do PAN aquando dos factos que vão ser julgados.
“Por forma a impedir que o partido PAN e seus responsáveis acedessem ao conteúdo dos emails constantes da caixa de correio electrónico [email protected], as arguidas, de forma concertada, entre os dias 24 e 25 de Junho de 2020, removeram um número não concretamente apurado de mensagens de correio da pasta ‘Inbox’ para a pasta ‘Lixo’ e, posteriormente eliminaram o conteúdo desta última pasta”, refere o MP na acusação.
IP é um identificador numérico único que é atribuído a cada dispositivo que se liga à Internet. Um dos IP identificados “pertencia a Deolinda Rodrigues, mãe de Cristina Rodrigues, com duas acividades suspeitas em dois horários distintos”, nota o MP, conforme cita a Sábado.
Outro IP identificado era da mãe de Sara Fernandes, e outro pertencia à Assembleia da República, avança-se ainda na acusação.
Um computador que meteu água
Outro dado suspeito que consta do processo está relacionado com um computador que se terá estragado depois de um acidente com água.
Na altura em que os emails foram apagados, Sara Fernandes comunicou à líder do PAN, Inês de Sousa Real, que tinha “entornado um copo de água por cima do computador” e que “duvidava que ‘sobreviva’”, conforme consta do processo consultado pela Sábado.
Nessa mesma altura, um dos assessores de Cristina Rodrigues terá colocado à venda um computador no Facebook, afirmando que estava “novinho em folha”, aponta-se ainda na acusação.
O MP pede uma pena não superior a cinco anos de prisão, dada a ausência de antecedentes criminais de Cristina Rodrigues.
A advogada de 39 anos foi eleita deputada pelo PAN em 2019. Após ter-se afastado deste partido em 2020, e de passar a deputada não inscrita, foi eleita pelo Chega no Porto, nas eleições legislativas de 2024.
Agora, volta a ser candidata pelo partido de extrema-direita neste círculo eleitoral, nas próximas legislativas antecipadas.
ZAP // Lusa
Mais canalhices na política… Simplesmente asquerosas estas 2 pérolas, a juntar ao lodaçal que é o nosso panorama nacional! Houvesse um Trump para limpar esta corja!
Um Trump para limpar? Era como ferver cocó de cão para tirar o cheiro a peixe frito…
Se calhar a água ao secar, encolheu a área da casa do Ventura…