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Propostas de investimento no hidrogénio atingem 7,5% do PIB

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Mário Cruz / Lusa

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes

O Governo recebeu 74 intenções de investimento na fileira industrial do hidrogénio no montante de 16 mil milhões de euros, o equivalente a 7,5% do PIB português, anunciou hoje o Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

“Foram recebidas, no processo de consulta ao mercado terminada na sexta-feira, 17 de julho, 74 manifestações de interesse relacionados com projetos de investimento na fileira industrial do hidrogénio”, refere o gabinete do ministro João Pedro Matos Fernandes.

Segundo o comunicado, estes dados, provisórios, dizem respeito a projetos de empresas portuguesas e europeias, abrangendo toda a cadeia de valor, com participações dos setores público e privado, e mobilizando grandes empresas, PME (Pequenas e Médias Empresas), agentes de inovação e de investigação.

“Os projetos abrangem também diferentes áreas estratégicas, desde a produção de hidrogénio verde aos transportes”, indica.

O projeto que mobiliza mais recursos é da área química e revela, desde já, a capacidade de mobilização da indústria portuguesa e o reconhecimento da oportunidade do desenvolvimento da economia do hidrogénio, em contexto nacional e europeu, destaca a tutela.

Os projetos submetidos resultam do processo de manifestação de interesse lançado pelo Governo, através do Despacho n.º 6403-A/2020, de 18 de junho.

Esta auscultação do mercado foi criada para robustecer a candidatura portuguesa ao Important Project of Common European interest e para incentivar sinergias a nível de ‘cluster’ industrial.

O convite destinava-se a empresas ou entidades portuguesas ou europeias cujos projetos se traduzissem num valor acrescentado para o país, nomeadamente por via do estabelecimento em Portugal e da criação de emprego, e na redução de emissões de dióxido de carbono equivalente associada aos projetos.

Segue-se, agora, a fase de análise e de verificação dos requisitos previstos no convite à manifestação de interesse, a realizar pelo Comité de Admissão de Projetos, que envolve as áreas governativas da Economia e Transição Digital, do Ambiente e da Ação Climática e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Negócios Estrangeiros.

O comité será apoiado, a nível técnico, pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).

Este processo de consulta ao mercado conclui-se após a apresentação da Estratégia Nacional para o Hidrogénio, cuja consulta pública terminou em 6 de julho, com a participação de mais de 80 entidades, 40 das quais empresas.

Para dia 27 de julho está agendado um ‘infoday’ com o objetivo de clarificar eventuais complementaridades nas manifestações de interesse submetidas.

Contactada pela agência Lusa, fonte do gabinete do ministro do Ambiente e da Ação Climática escusou dar mais pormenores sobre as manifestações de interesse recebidas, referindo que há reserva em relação às propostas.

Em declarações ao jornal Público, Matos Fernandes escusou-se também a identificar as empresas e as entidades que compareceram a este convite internacional, mas acedeu a caracterizar a diversidade de propostas e a dimensão dos projetos, em termos de valores de investimento.

A proposta com o menor valor de investimento é de 1,3 milhões de euros e a mais elevada é de 2,4 mil milhões de euros, segundo avançou o ministro ao jornal.

A proposta de maior valor de investimento foi apresentada por um consórcio da área química para a zona industrial de Estarreja, acrescentou.

O ministro do Ambiente sinalizou ainda a entrada de um grande projeto na área dos transportes liderado por uma entidade pública, “para a reconversão e reutilização de material de transporte movido a hidrogénio”, no valor de 275 milhões de euros.

O Público apurou tratar-se de um projeto apresentado pela CP em conjunto com a Salvador Caetano, e que envolve outras entidades do setor científico, como a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

O projeto ainda vai ter de ser estudado em termos de viabilidade económica, numa altura em que estão em curso, e com financiamento garantido, investimentos para a eletrificação de praticamente toda a rede ferroviária nacional.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. A fonde mais abudante no universo ‘e o hidrogenio, temos de saber produzi-lo e nao andar a fazer o faz de conta…. eu temo que milhoes para nada….produzir hidrogenio da hidrolize s’o compensa se utilizar energia verdes …. existe outras formas de produzir mas esta em fase prematura…
    Portugal tem de aproveitar esta onda de otimismo e de recursos humanos.

    PS: Quando pareceram os dois processos de producao em massa que conheco, podem por esses no lixo porque vamos produzir hidrogenio uma velocidade boa….ta dito…’e preciso descobrir catalisadores para chegarmos a bons resultados…

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