Proposta do PS sobre nomeações familiares “não resolve nada”

Estela Silva / Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio, considerou nesta sexta-feira que o projeto de lei do PS para regular as nomeações de familiares para gabinetes ministeriais “não resolve nada”, insistindo que este é “um problema ético”.

“O PS anda aqui atrapalhado a tentar limpar-se daquilo que fez e cada vez mete mais os pés pelas mãos e não sai do sítio. Agora, dizem que têm uma lei que resolve tudo e não resolve nada”, disse Rio, após visitar a empresa Arsopi, em Vale de Cambra, Aveiro.

Caso o projeto de lei que os socialistas apresentaram estivesse em vigor, acrescentou, “todas estas nomeações cruzadas que se ouviram, mantinha-se tudo normal e legal“. “Mesmo que esta lei seja aprovada da forma como está, [o próximo Governo] pode voltar a fazer exatamente a mesma coisa que este fez, se não tiver outros padrões éticos diferentes daquilo que tem este Governo”, constatou.

Para o presidente da PSD, esta questão tem de ser resolvida com “o bom senso e a seriedade” de cada um. “Podem apresentar tudo. Eu cá estou para ver se aparece alguma ideia fantástica que resolva aquilo que eu, ao longo do tempo, nunca vi resolver, que é problemas éticos, com base na lei”, afirmou.

Pouco depois, na sede do PSD em Vale de Cambra, o cabeça de lista do partido às europeias, Paulo Rangel, voltou a pegar no tema para dizer que a proposta do PS “é inócua”, acusando os socialistas de “deitar areia para os olhos das pessoas“.

“O PS dedica-se três anos a fazer nomeações controversas e depois, na reta final, quando há um clamor público, apresenta uma lei, mas — pasme-se – com esta lei consegue voltar a fazer todas as nomeações que foram feitas no Governo dele sem que aconteça nada”.

O candidato do PSD às eleições de 26 de maio assinalou que “praticamente nenhuma” das questões que suscitou esta “enorme reserva, incómodo, verdadeiramente mal-estar” dos portugueses com o Governo, por causa das relações familiares, é atingida por aquela lei.

“Com a lei Costa/César, que o PS propõe, toda e qualquer nomeação que até agora foi feita, seja de pai e filha, seja de marido e mulher, seja de mulher ou marido para chefe de gabinete de um secretário de Estado ou de um ministro, cruzado, podia ser feita sem nenhuma sanção e sem nada acontecer“, afirmou.

// Lusa

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