Projeto desenvolve testes rápidos de baixo custo para detetar imunidade

Tiago petinga / Lusa

Um consórcio de universidades e uma empresa querem desenvolver “testes rápidos e de baixo custo” para detetar a resposta imunitária ao vírus SARS-CoV-2.

O projecto TecniCov, que “obteve um financiamento de 450 mil euros da Agência Nacional de Inovação”, propõe-se desenvolver “testes inovadores, rápidos e de baixo custo, para monitorizar os anticorpos para a covid-19, no soro ou na saliva”, afirmou a Universidade de Coimbra (UC) em comunicado, citada pela agência Lusa.

Liderado por Goreti Sales, da UC, será desenvolvido com equipas da Universidade Nova de Lisboa, do Instituto Superior de Engenharia do Porto e da empresa INOVA+, coordenadas, respetivamente, por Elvira Fortunato, Felismina Moreira e Raquel Sousa.

“Neste momento da pandemia, importa monitorizar com maior rapidez e menor custo os anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2, mas a eficácia deste processo depende da fase da doença em que cada indivíduo se encontra e do objetivo clínico dessa monitorização, que pode ser um simples rastreio ou uma quantificação rigorosa”, explicou Goreti Sales.

O TecniCov propõe, por isso, “um conjunto de técnicas novas, independentes e complementares, adequadas aos diferentes cenários”, acrescentou a docente do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Estas técnicas “incluem tiras de teste em papel (tipo tira de urina), sistemas de fluxo lateral (tipo teste de gravidez) e sensores electroquímicos (tipo tira de diabetes), articuladas com ferramentas informáticas adequadas, que visam facilitar a interação com o utilizador e a organização da recolha de dados”, especificou Goreti Sales.

A grande inovação deste projeto para detetar a resposta imunitária ao vírus da covid-19, de acordo com a cientista, “centra-se na utilização de materiais sintéticos de elevada afinidade para os anticorpos produzidos in vivo, que permitirão a produção de testes rápidos com elevada sensibilidade e baixo custo, enquanto asseguram uma capacidade produtiva futura destes testes à escala mundial”.

Deste modo, “espera-se que estes dispositivos sejam produzidos a baixo custo e numa escala global, cumprindo assim as necessidades globais das autoridades de saúde do ponto de vista de gestão da pandemia”.

Os testes desenvolvidos no âmbito do projeto, que tem a duração de oito meses, vão ser validados pelas investigadoras Ana Miguel Matos e Teresa Rosete, do laboratório de análises clínicas da UC dedicado à covid-19.

Os grupos de investigação envolvidos no projecto são o BioMark do Centro de Engenharia Biológica (CEB) e o CENIMAT do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (i3N).

// Lusa

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