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Professores são “vítimas” do “jogo político-eleitoral” e PS está a “perder gás”

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

“Completamente óbvio e evidente” era o veto de Marcelo ao diploma do Governo que previa a recuperação parcial do congelamento das carreiras dos professores, disse Luís Marques Mendes este domingo.

Marques Mendes abordou o tema dos professores no seu habitual espaço de comentário da SIC. Para o comentador, o Presidente da República não tinha outra alternativa senão vetar, uma vez que “a lei do Orçamento, aprovada na Assembleia da República por todos os partidos menos o Partido Socialista, dizia que o Governo os sindicatos tinham de entrar num novo processo negocial, e o Presidente tinha de respeitar”.

Se o promulgasse, estava a afrontar a Assembleia da República”, afirmou Marques Mendes, defendendo que o veto é uma derrota para o Executivo de António Costa.

Marques Mendes considerou ainda que a decisão do Governo de avançar com as negociações com os professores foi precipitada e que se deveu a “erro de análise”, lembra o Observador.

“Acho que o Governo se convenceu de que o Presidente da República era uma espécie de notário, de avalista e que, portanto, assinava de cruz o que vinha do lado do Executivo. O Presidente tem apoiado o Governo em muitas ocasiões, mas não é evidentemente um notário ou um avalista”, disse o comentador.

Luís Marques Mendes defendeu ainda que o problema está também relacionado com um “jogo político-eleitoral”. “Os professores estão a ser usados, e muitas vezes até a ser vítimas”, afirmou o comentador, considerando que os partidos, em especial o PCP e o Bloco de Esquerda, não têm interesse em colocar um ponto final no assunto.

De acordo com o comentador, os partidos querem “arrastar” o conflito até às eleições legislativas do próximo ano e procurar “captar o voto dos professores descontentes”.

Em relação à eventual existência de regimes diferentes para a carreira dos professores no Continente, Madeira e Açores, considerando-a inconstitucional. “Não é possível nestas matérias haver dois ou três regimes diferentes, uns professores de segunda e outros de primeira”, disse, defendendo que a situação pode dar origem a “um berbicacho”.

Marcelo tem tudo decidido

Numa reportagem publicada no Diário de Notícias neste sábado, Marcelo Rebelo de Sousa deixou em aberto a possibilidade de se recandidatar à Presidência em 2020. Sobre as declarações do Presidente da República, Marques Mendes admitir ter a convicção de que Marcelo já tem tudo decidido relativamente a uma recandidatura. “Só não quer dar um sinal” para não interferir nas legislativas.

“De acordo com a teoria dos equilíbrios políticos, se o Presidente da República anunciasse antes das eleições legislativas de 2019 as sua recandidatura, poderia favorecer uma eleição e até com maioria com António Costa”, disse o comentador.

“Os portugueses não gostam normalmente de colocar os ovos todos no mesmo cesto, e se Marcelo disser que se vai recandidatar, a ideia de um Presidente de centro-direita fazer um segundo mandato podia ajudar a favorecer o segundo mandato de Costa, ou seja, de um primeiro-ministro de centro-esquerda”, esclareceu.

PS está a “perder gás”

Relativamente à mensagem de Natal do primeiro-ministro, Marques Mendes descreveu-a como “eminentemente política”, de “pré-campanha eleitoral”. “Até anteciparia dizer que ele fez uma espécie de guião do que vai dizer no seu discurso de campanha eleitoral daqui a uns meses”, afirmou o comentador.

Do ponto de vista do conteúdo, Mendes descreveu a mensagem de António Costa como muito moderada, sem “esquerdismos, radicalismos” ou “aventurismos”, o que prova que Costa quer “obter votos no centro-esquerda, mas também no centro-direita.”

O comentador também considerou que Costa foi mais humilde do que é habitual, procurando corrigir os erros do passado. “Significa que está atento às políticas que se vão fazendo”, acrescentou.

Com o ano a chegar ao fim, Marques Mendes deixou também algumas previsões para 2019, como o abrandamento da economia mundial, incluindo da portuguesa, um défice “muito, muito próximo do zero” e um segundo mandato para o Partido Socialista, que sairá vencedor das próximas eleições tendo em conta as “sondagens atuais”.

“A única grande dúvida é esta: se vai conseguir o seu grande objetivo que é ter uma maioria absoluta. E eu diria que não vai ser fácil, e que já esteve mais perto de a obter”, afirmou o comentador, considerando que o partido tem vindo a “perder gás”.

ZAP //

7 Comments

    • O facto da opinião dele ser “noticia” é estranho (para não dizer preocupante!), principalmente quando se sabe que ele é um lobysta mafioso de um escritório de advogados que esteve presente em quase todas as negociatas (PPP’s, etc) que foram ruinosas para o país!…

  1. … concordo plenamente com as greves dos enfermeiros pois os que se consideram governantes esbanjam dinheiros públicos a torto e a direito, o que não é deles é a democracia POBRE e desconhecida por 95% dos deputados, país POBRE.

  2. A história dos professores já mete nojo. Se não estão contentes que parem de vez e não vão para as escolas. Alguém há-de ir falar com eles. Assim não sairemos do impasse.

    • No impasse? Qual impasse? Protegidos por um energúmeno sindicalista que nem sabe o que é dar aulas, mas fala muito porque não tem ordenados em atraso. Num impasse estão 500.000 portugueses despedidos durante a crise que ficaram sem carreira, sem trabalho e que tiveram de emigrar. Será que lhe vão devolver o que perderam? Cambada de chulos que trabalham meia dúzia de horas por dia têm fins de semana de dois dias, 65 dias de férias por ano, emprego protegido, sistema de saúde que exploram até mais não…… Vão trabalhar …….

      • O pequenitates tem muita piada..o que vale é dentro de algumas semanas já ninguém se vai lembrar do que ele disse.
        Ele até que queria substituir o prof. Marcelo como comentador, mas não tem pinta.
        O que o baixinho diz ganhando dinheiro por dar palpites, qualquer prof.em inicio de carreira diria melhor.
        Eu já não passo tempo a vê-lo ( ouvi-lo na SIC )

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