Além de Joe Berardo, André Luiz Gomes e Carlos Santos Ferreira, há mais oito arguidos no caso, entre eles o filho do empresário madeirense e seis entidades coletivas.
Segundo apurou o jornal Público junto de fontes judiciais, além do empresário Joe Berardo, do seu advogado André Luiz Gomes e do ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos Carlos Santos Ferreira, há mais oito arguidos.
No total, no âmbito da operação levada a cabo esta terça-feira pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, foram constituídos 11 arguidos, entre os quais seis entidades coletivas.
De acordo com o jornal online Observador, um dos arguidos é o filho do empresário madeirense, Renato Berardo, que é suspeito de ter colaborado com o pai no alegado esquema de burla que terá prejudicado os interesses patrimoniais de bancos como a CGD, o BCP e o BES.
Ao que o mesmo jornal digital apurou, há outros elementos da família de Berardo que estão a ser investigados.
Joe Berardo, que passou a noite nas instalações da PJ, depois de ter sido detido na terça-feira, foi interrogado, esta tarde, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), pelo juiz Carlos Alexandre, que irá decidir as medidas de coação a aplicar-lhe. À chegada ao TCIC, o advogado do madeirense não revelou se este iria prestar declarações ao juiz.
Entretanto, vários órgãos de comunicação social avançam que as diligências a Berardo e a Luiz Gomes estão suspensas e que o interrogatório vai prosseguir esta quinta-feira.
A PJ e o Ministério Público levaram a cabo uma megaoperação que visou a detenção, com mandato emitido, do empresário madeirense pela forma como conseguiu obter, em 2006, empréstimos da CGD, que em 2015 ainda revelavam uma exposição do banco público à Fundação Berardo na ordem dos 268 milhões de euros em créditos mal parados.
Em causa está a forma como montou um esquema de dissipação de património e dinheiro, através de empresas-veículo, para conseguir escapar aos credores.
A TVI avançou que, esta quarta-feira, o Ministério Público indiciou Berardo e Luiz Gomes por mais quatro novos crimes – falsidade informática, falsificação de documentos, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público –, que acrescem àqueles de que já eram suspeitos (burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais, ficando de fora o crime de administração danosa, que deverá ser indiciado a um dos restantes arguidos).