Estavam na prisão, estão na guerra: “Não vou morrer”

Oleg Petrasyuk/EPA

“Vou servir e vou mudar a minha vida”. Cerca de 20 mil detidos ucranianos podem deixar a prisão para combater os russos.

A Ucrânia está com dificuldades – esperadas – em ter soldados suficientes para combater a Rússia, que tem muitos mais habitantes e muitos mais militares.

Nem todos se sentem preparados, ou motivados, muitos tentam fugir dos combates e o Governo ucraniano até pode criar a possibilidade de retirada voluntária da guerra, para tentar chamar mais combatentes.

Há dois meses entrou em vigor uma nova lei de mobilização, que permite a cerca de 20 mil detidos deixarem a prisão para combater os russos.

A lei não se aplica a todos: quem cometeu crimes graves, como homicídio ou violação, não tem direito a juntar-se ao exército ucraniano.

A mobilização é voluntária. Cada ucraniano preso é que decide se vai para a linha da frente em troca de liberdade condicional.

A agência Reuters captou um exemplo de alguém que aceitou – foram mais de 3.000 os que assinaram contrato até agora.

Bohdan Filonenko estava preso por ter roubado carros, resume: “Não vou morrer. Vou servir e mudar a minha vida”.

Aos 32 anos, está para já a treinar mas quer ir para a linha da frente, e aproveitar com prazer a “oportunidade de lutar”.

Bohdan sentiu que queria ajudar os compatriotas quando soube que civis tinham sido assassinados em massa em dois subúrbios de Kiev ocupados por tropas russas, logo na fase inicial da guerra.

A mãe não acreditava que ele conseguiria sair da prisão para combater; agora que aconteceu, está orgulhosa e até se “sente melhor” – depois de ter falado ao telefone com o filho e de ter visto fotografias suas.

Pavlo, preso por agressão, iria deixar a prisão daqui a um ano mas, quando soube da nova lei da mobilização, apresentou o seu interesse em ir para a guerra logo no dia seguinte.

E justifica: “Porque alguns estrangeiros haveriam de vir para o meu país e destruir a minha terra?”.

ZAP //

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