Mário Cruz / Lusa

Hospital de Santa Maria, Lisboa
O valor pago pelas cirurgias feitas em horário adicional na Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria subiu mais de 50% de 2022 para 2023, no ano em que a atual ministra da Saúde dirigiu o hospital.
Ana Paula Martins assumiu o cargo de presidente do Conselho de Administração do então Centro Hospitalar Lisboa Norte (Hospitais de Santa Maria e Pulido Valente) em fevereiro de 2023 e saiu no início de 2024.
Os dados enviados à Lusa pelo hospital indicam que em 2022 foram pagos 9.402.120 euros pelas 7.495 cirurgias feitas em horário adicional e em 2023 a ULS pagou 14.232.377 euros (+51,3%) por 9.971 daquelas cirurgias.
Em 2024 o número de cirurgias em horário adicional subiu para 12.322, pelas quais a ULS pagou 14.510.334 euros.
A informação do hospital indica que o valor médio pago por cirurgia em horário adicional desceu de 1.427 euros 2023 para 1.177 euros em 2024, um ano em que o hospital bateu recordes de cirurgias, com um total de 37.647 realizadas, cerca de um terço das quais em horário adicional (12.322).
Segundo estes dados, as medidas aplicadas ao longo do ano de 2024 pelo Conselho de Administração resultaram numa redução de cerca de 10% no custo médio por cirurgia em produção adicional.
Várias fontes contactadas pela Lusa disseram que, em 2024, quando a atual administração – que entrou em fevereiro do ano passado – detetou valores elevados pagos sobretudo na Dermatologia decidiu que todas as cirurgias seriam pagas pelo valor mais baixo de severidade (gravidade/complexidade), tendo as restantes (mais bem pagas) de ser devidamente justificadas e autorizadas.
Em resposta a esta revelação, o Ministério da Saúde refere que Ana Paula Martins não recebeu nenhum relatório ou informação sobre a subida galopante dos custos com as cirurgias quando era diretora do Santa Maria.
“O conselho de administração da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, presidido por Ana Paula Martins, em funções entre 1 fevereiro de 2023 e 31 janeiro de 2024-, não recebeu nenhum reporte, dos administradores hospitalares dos serviços ou diretores de serviços, que pudesse identificar desvios ou anomalias relacionadas com o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgia”, lê-se na nota.
Na semana passada, a CNN revelou que um dermatologista do Hospital de Santa Maria terá recebido 400 mil euros em 10 sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizado para retirar lesões benignas aos pais.
Em causa está o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite fazer cirurgias fora do horário laboral, de modo a reduzir as longas filas de espera nos hospitais.
Confrontada com esta situação, a ministra da Saúde reconheceu lacunas no SIGIC, por ser permeável a “incentivos perversos”.
As fontes contactadas pela Lusa indicaram que, além do “filtro” imposto nas cirurgias realizadas pela Dermatologia, o atual conselho de administração, quando percebeu que o dermatologista agora visado na reportagem da CNN codificada as cirurgias que fazia, impediu-o de continuar a fazê-lo.
Já em novembro, quando se detetou que os valores pagos eram elevados, foram abertas duas auditorias, que não detetaram qualquer ação irregular.
Este ano, depois de o presidente do Conselho de Administração ter sido confrontado com vários casos relatados na reportagem, foram abertas cinco auditorias internas envolvendo a Dermatologia.
No ano passado a ULS de Santa Maria realizou o maior numero de cirurgias da história dos seus hospitais e, em resposta ao esforço de recuperação das listas de espera, um terço foi em produção adicional, em linha com a percentagem do ano de 2023, durante o qual se realizaram, no total, menos 4.734 cirurgias.
Gastos dispararam 75% em dois anos em Lisboa
O Santa Maria não é o único hospital que viu os seus encargos com as cirurgias disparar recentemente. Segundo o Observador, os gastos com cirurgias adicionais nos hospitais públicos de Lisboa aumentaram 75% nos últimos dois anos, alcançando um total de 40 milhões de euros em 2024.
O maior crescimento foi registado na ULS de São José, onde os custos duplicaram de 6,7 milhões em 2022 para 13,5 milhões no ano passado. Já a ULS de Lisboa Ocidental quase duplicou o número de cirurgias adicionais em dois anos, com um aumento de 90%, enquanto o IPO de Lisboa registou gastos de 5,8 milhões em 2024.
No total, as três ULS de Lisboa e o IPO somaram cerca de 40 milhões de euros em 2024, contra 20,1 milhões em 2022. Na ULS de Coimbra, os gastos cresceram 50%, passando de 5,3 para 8,2 milhões de euros, e na ULS do Algarve houve um aumento de 60%.
“não detetaram qualquer ação irregular” mais episódios repetidos…
Cambada de ladrões, metem nojo estes políticos do arco da governação.
As penas para quem tem responsabilidades políticas deviam ser, pelo menos, em dobro, mas se formos ver 90% desses senhores são licenciados em direito!
O Serviço Nacional de Saúde está a ser alvo de sabotagem e completamente saqueado, a situação agrava-se pelo facto da Sr.ª Ministra da Saúde, Ana Correia, pertencer à Maçonaria (https://observador.pt/2025/01/31/altos-dirigentes-do-setor-da-saude-tem-ligacoes-a-maconaria-ministra-da-saude-e-bastonario-dos-medicos-sao-macons/), situação esta incompatível com o cargo que ocupa, posto isto, a Sr.ª Ministra da Saúde, Ana Correia, tem de se demitir ou ser demitida.
«…A miserável qualidade da organização do SNS é tal, que torna possível uma pouca-vergonha destas. Pior ainda. Isto para ser descoberto teve de ser por investigação jornalística. Assim não é fácil baixar os impostos; antes pelo contrário…» – Presidente Rui Rio (https://x.com/RuiRioPT/status/1926931421056159973)
Prisão com esse médico ladrão e com esta ministra incompetente!!! Já vai tarde. Mas também com um primeiro ministro a receber luvas descaradamente na empresa do “filhote” vamos ter o quê. Até parece que querem dar o governo de bandeja à extrema direita.