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Portugueses têm 3 prioridades na escolha de emprego (salário já não é a principal)

O salário deixou de ser a principal prioridade dos portugueses na hora de escolher um emprego. Agora, os trabalhadores privilegiam mais o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Esta é a conclusão do relatório “Workmonitor” (monitor do trabalho), estudo desenvolvido pela Randstad Research sobre o mercado de trabalho em vários países do mundo, entre os quais Portugal.

A principal prioridade dos trabalhadores portugueses passou a ser o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, com 91% deles a reforçarem este como o aspecto mais importante na hora de escolher um emprego, conforme as conclusões do relatório.

Este valor supera a tendência global que é de 83%.

Mas o salário continua a ser importante, sendo prioridade para 90% dos trabalhadores portugueses, a mesma percentagem que é atribuída à segurança no emprego.

O ordenado cai do primeiro lugar das prioridades dos portugueses pela primeira vez em 22 anos, ou seja, desde que o “Workmonitor” da Randstad Research é realizado.

A flexibilidade no emprego também é um aspecto importante para os trabalhadores portugueses, com 24% dos participantes no estudo, a destacarem que deixariam um trabalho onde não tivessem horários flexíveis.

A média sobe para 42% quando se trata de aceitar um novo emprego sem flexibilidade no horário de trabalho. A nível mundial, a média é de 47%.

Em termos globais, 39% dos trabalhadores também valorizam a oportunidade de escolher o local onde trabalham, seja no escritório ou em casa de modo remoto. Esta tendência é mais evidente nas gerações mais jovens.

Infográfico sobre o que os portugueses mais valorizam no emprego realizado com dados do Workmonitor da Randstad Research.

25% aceitaria ganhar menos se tivesse bons amigos no trabalho

O espírito de pertença e de comunidade também é privilegiado por 46% dos trabalhadores portugueses que alegam que deixariam um emprego onde não o sentissem – a média sobe para 55% em termos globais.

Na mesma linha, 25% dos portugueses estariam dispostos a ganhar menos desde que tivessem bons amigos no trabalho.

E 29% admitiria baixar o ordenado se o trabalho contribuísse mais para a sua vida social, enquanto 31% aceitaria ganhar menos se o seu emprego desse algum contributo para a sociedade, ou para o mundo.

Infográfico sobre o que os portugueses mais valorizam no emprego realizado com dados do Workmonitor da Randstad Research.

O estudo da Randstad revela ainda que o desenvolvimento de competências é outro aspecto essencial para atrair e reter talentos no mercado de trabalho.

Entre os trabalhadores portugueses inquiridos, 41% revelam que a falta de oportunidades de melhorar as suas competências, e de progredir na carreira, os levariam a recusar um emprego novo. Já 29% estariam dispostos a demitir-se.

A formação em Inteligência Artificial (IA) é a competência mais procurada pelos trabalhadores, sendo mencionada como prioridade por 40% dos inquiridos a nível mundial.

49% dos trabalhadores da “Gen Z” só trabalham porque precisam de dinheiro

O “Workmonitor” deste ano, também faz uma comparação entre gerações, revelando que a “Gen Z” (nascidos entre 1997 e 2010) e os Millennials, ou “Gen Y” (nascidos entre 1981 e 1996), valorizam mais o bem-estar, a flexibilidade e os valores pessoais e sociais.

Já nas gerações mais velhas, a “Gen X” (nascidos entre 1965 e 1980) e os “Baby Boomers” (nascidos entre 1946 e 1964), dão mais importância a um emprego estável e bem remunerado.

O estudo também nota que 49% dos trabalhadores da “Geração Z” deixariam de trabalhar se não precisassem do dinheiro. A percentagem desce para 29% no caso dos “Baby Boomers”.

Infográfico sobre o que pensam os trabalhadores portugueses com dados do Workmonitor da Randstad Research.

O “Workmonitor” da Randstad Research foi elaborado com base em entrevistas a mais de 26 mil trabalhadores, com idades entre os 18 e os 67 anos, realizadas em 35 países de Europa, Ásia e América.

Susana Valente, ZAP //

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