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Portuguesa Olivia no pódio no concurso Miss Inteligência Artificial (é tão real que assusta)

@oliviaislivinghigh / Instagram

Olivia C. é uma influencer IA criada pela agência portuguesa Falamusa.

Olivia C. é uma influencer IA criada pela agência portuguesa Falamusa.

Uma criação marroquina venceu o primeiro concurso Miss Inteligência Artificial. A portuguesa Olivia C., uma influencer de viagens que “nasceu” nas Caldas da Rainha”, ficou em terceiro lugar.

Com mais de 12 mil seguidores no Instagram, Olivia C. ficou no pódio no primeiro concurso de beleza para modelos criadas a partir de Inteligência Artificial (IA) – é uma espécie de Miss Universo, mas para mulheres que não existem na vida real, só no mundo criativo da IA.

A grande vencedora do concurso foi a marroquina Kenza Layli que tem mais de 196 mil seguidores no Instagram, e que se apresenta como uma influencer que usa o véu islâmico e se dedica ao empoderamento das mulheres no Médio oriente. A criação vencedora recebe cerca de 12 mil euros em prémios.

Em segundo lugar ficou a francesa Lalina que tem 118 mil seguidores no Instagram e também é uma influencer que adora viajar. Os seus criadores ganham prémios de 4.600 euros.

O terceiro lugar de Olivia C. vale à agência portuguesa Falamusa que a criou, um prémio de cerca de 1800 euros que inclui acesso a consultoria e apoio de especialistas do sector.

Mas o mais importante para esta empresa que tem sede nas Caldas da Rainha, embora posicionando-se “internacionalmente”, não era o dinheiro, nem ganhar o concurso.

“Mais do que vencer ou não”, foi uma “forma interessante de mostrar as capacidades criativas e técnicas da Falamusa”, como explica a designer Rita Lança, fundadora da empresa, numa entrevista ao ZAP através de email.

A Falamusa é “um pequeno núcleo criativo com profissionais multidisciplinares focados na criatividade com recurso a ferramentas IA, tendo sempre como ponto de partida a ingenuidade, a curiosidade e o instinto humano, para a criação de novas formas de comunicação e interação”, destaca ainda Rita Lança.

Como “nasceu” Olivia C.

Foi dessa curiosidade e da sede de inovar que “nasceu” Olivia C. em Abril de 2024. Esta modelo virtual foi criada através do software Midjourney e foi retocada com o programa de edição de imagens Adobe AI.

O projecto foi “um desafio às habilidades técnicas e criativas” dos profissionais da Falamusa que pretenderam “construir uma personalidade digital com uma história verosímil”, salienta ainda Rita Lança ao ZAP.

O Instagram foi a plataforma escolhida para “avaliar o impacto desta criação e da sua narrativa” devido à “grande exposição a um público prontamente disponível para interagir”, refere ainda a designer.

O objetivo era perceber “como é que as pessoas reagiriam a uma verdadeira influencer IA“, no caso específico, “uma influencer IA que viaja e nos mostra lugares conhecidos e desconhecidos de um mundo real”, nota também Rita Lança.

No Instagram, Olívia partilha conteúdos sobre as suas principais paixões — das viagens à arte, passando pela moda, gastronomia, poesia e música, mostrando sobretudo imagens do Peru.

O que é impressionante é que esta modelo virtual parece mesmo uma mulher de carne e osso, com um ar ingénuo e o rosto cheio de sardas.

 

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Aproveitar “imaginário das Misses” para tomar pulso à IA

A Falamusa está, agora, “a retirar insights deste primeiro impacto” da sua influencer virtual para aplicar em “projectos futuros”, revela ainda Rita Lança ao ZAP, apontando como este primeiro concurso Miss IA pode catapultar uma “discussão” essencial sobre o futuro da Inteligência Artificial.

“O imaginário das Misses é algo que toda a gente entende e é inevitável que provoque uma reacção e uma discussão que é bastante útil, nesta fase, em que estamos todos a descobrir o potencial destas ferramentas, até porque quem disser com certeza onde é que a IA nos vai levar enquanto sociedade, está a mentir”, salienta a designer.

Rita Lança considera ainda que “mais do que fazer previsões do futuro, é importante tomarmos o pulso destas tecnologias agora — nas escolas, nas famílias, no trabalho, em todas as dimensões da vida”.

“Estamos a falar de uma ferramenta que tem a capacidade de distorcer a realidade em múltiplas dimensões — o tempo, o espaço, a percepção, a opinião”, e, por isso mesmo, “é extremamente importante que cada um de nós saiba encontrar um novo equilíbrio que produza bem-estar cultural, social, psicológico e financeiro nesta realidade extremamente volátil”, conclui a fundadora da Falamusa.

Susana Valente, ZAP //

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