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Cavaco cria suspense

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Ricardo Perna / Flickr

O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva

Portugal está à espera de Cavaco. O Presidente da República terminou esta quarta-feira os encontros em Belém com os partidos com assento parlamentar e já pode indigitar o próximo primeiro-ministro.

A decisão, que Cavaco Silva garantiu ser transmitida “diretamente aos portugueses” no momento oportuno, ronda agora duas possibilidades: indigitar Pedro Passos Coelho com um governo minoritário, formado pela coligação “Portugal à Frente”, ou dar posse a um executivo maioritário composto por António Costa e pelos partidos de esquerda, nomeadamente, o Bloco de Esquerda e o PCP.

O dia de ontem parecia ser o mais certo para o Presidente anunciar ao país a sua decisão mas, segundo o Diário Económico, Cavaco preferiu não falar para que as suas declarações não fossem perturbadas pelo jogo, para a Liga dos Campeões, do Benfica contra os turcos do Galatasaray, que já tinha começado às 19h45.

Os portugueses estão assim à espera que o Presidente se pronuncie. Hoje é um novo dia – mas as dúvidas persistem, por vários motivos.

De acordo com o Correio da Manhã, Cavaco poderá estar a aguardar pela reunião marcada para esta quinta-feira por António Costa com a Comissão Política Nacional do PS.

O desfecho desta reunião poderá ser um dado importante a considerar, não só porque o líder socialista vai finalmente abrir o jogo com os membros do partido, mas também porque será mais claro se os socialistas apoiam, ou não, um acordo com a esquerda.

Por outro lado, diz o Económico, José Sócrates dará hoje, na TVI, a sua primeira entrevista desde que saiu da prisão, sendo o ex-primeiro ministro uma forte concorrência no espaço mediático.

Cavaco pode assim optar por continuar a manter o silêncio e deixar a Assembleia da República tomar posse na sexta-feira para depois, durante a noite, dizer quais dos dois candidatos vai indigitar como primeiro-ministro.

Recorde-se que, à saída da audiência em Belém, Jerónimo de Sousa avisou que se o Presidente decidir dar posse a Passos Coelho será uma “perda de tempo”, já que essa decisão não vai passar nunca no Parlamento.

Caso Cavaco indigite Passos, o secretário-geral do PSD terá até dez dias para formar Governo – que supostamente já tem na cabeça -, tomar posse e apresentar o programa ao Parlamento.

ZAP

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