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À semelhança do colesterol, há populismo bom e mau (e o de Marcelo “é bom”)

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

Para Luís Marques Mendes, o populismo é como o colesterol: há “o bom e o mau”. O Presidente da República pode ter “um tique ou outro”, mas “é um populismo bom” que ajuda a “combater o mau populismo”.

No habitual espaço de comentário semanal na SIC, este domingo, Marques Mendes fez uma análise do primeiro mandato de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República, sublinhando que é “completamente diferente” de Cavaco e de todos os seus antecessores.

Ainda assim, o antigo líder do PSD destacou que o mais parecido era Mário Soares – ambos são apreciados pelo povo. No entanto, enquanto Soares “cultivava uma certa distância do povo”, Marcelo, pelo contrário, “é um presidente do povo, um presidente genuíno que não é postiço”. “É o presidente certo para este tempo político de crispação e populismo.”

“Depois da crise, da austeridade, da troika, o país estava muito crispado e dividido. Marcelo contribuiu para descrispar o país”, afirmou Marques Mendes, acrescentando que o Presidente está “a reequilibrar o sistema político semi-presidencial, que estava muito inclinado para um certo presidencialismo do primeiro-ministro. Marcelo está a dar mais equilíbrio ao regime“.

Angola: “melhor era impossível”

Em relação à visita do Presidente da República a Angola, o conselheiro de Estado afirmou que esta foi “um enorme sucesso” tanto “do ponto de vista político como do ponto de vista popular”, destacando que “melhor era impossível”.

Na opinião de Luís Marques Mendes, Marcelo foi decisivo para as relações positivas entre os dois países, uma vez que “o sucesso popular ajuda ao sucesso político”.

Assim, e já que está consumada a reconciliação política, o comentador considera que está na hora da aproximação económica. “Os políticos fizeram o seu trabalho, agora é o tempo dos empresários. Portugal precisa de Angola para a internacionalização da economia e Angola precisa do investimento português para o seu relançamento económico porque a crise económica em Angola é séria.”

Segundo o Observador, questionado sobre uma eventual desconfiança entre os agentes dos dois países, Marques Mendes respondeu: “Desconfiança houve até agora. A partir destes últimos meses e desta visita a confiança está estabelecida. Ou os empresários portugueses chutam à baliza, isto é investem, ou desperdiçam uma oportunidade.”

PSD tem de “chutar à baliza e marcar alguns golos”

Segundo Luís Marques Mendes, o PSD está “parado e pouco ativo”: É preciso “chutar à baliza e marcar alguns golos”, principalmente numa altura em que desapareceram “as guerras internas” no partido e naquele que “é o pior momento para o Governo.

“O PSD e Rui Rio deviam aproveitar esta fase de paz interna e dificuldades do Governo. Rui Rio deveria estar a fazer uma volta pelo país para ouvir as pessoas, fazer as suas propostas e mobilizar o eleitorado. Devia também estar a apresentar propostas setoriais, mostrar que há alternativa. Isso também ajudava à campanha das europeias”, referiu, elogiando a “campanha boa e acutilante” de Paulo Rangel.

O PSD somou 25% das intenções de voto dos eleitores na última sondagem SIC/Expresso e esse é “dos piores resultados de sempre do PSD”.

Costa no programa da Cristina: “Não é populismo”

Em relação à presença do primeiro-ministro no programa de Cristina Ferreira, Marques Mendes referiu que não é populismo, “pelo contrário”.

Ir a programas como este “ajuda a humanizar mais os políticos, a estreitar a sua relação com os povos”. Quanto a Cristina Ferreira, tem “mérito” por dois motivos: “por um lado a sua simpatia”, por outro “o talento de criar um programa que gera muita audiência”.

“No momento em que estabelece uma relação mais simpática e afetuosa entre eleito e eleitores [o político] até ajuda a combater o populismo. Não é pecado nem crime político querer ser mais popular”, afirmou.

ZAP //

5 Comments

  1. e claro são estas cabeças pensantes que definem o que é bom ou mão, o povinho é tido como estúpido e continua a alimentar semelhantes criaturas.

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