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Polícia suspeita que incêndio de Monchique foi provocado por linha da EDP

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Miguel A. Lopes / Lusa

As autoridades policiais suspeitam que o incêndio de Monchique, que ardeu durante cerca de uma semana, teve origem numa linha eléctrica da EDP. Essa terá sido também a causa dos incêndios de Pedrógão Grande, Góis e Lousã, em 2017.

A suspeita é revelada pelo jornal Expresso que salienta que as autoridades estão a investigar a possibilidade de o incêndio que deflagrou a 3 de Agosto, na Serra de Monchique, no distrito de Faro, ter sido causado por uma linha eléctrica da EDP.

“Ainda serão necessárias mais duas semanas para ter uma ideia final do que aconteceu em Monchique”, afiança contudo uma fonte da Polícia Judiciária citada pelo semanário.

O incêndio que começou em Monchique alastrou-se aos concelhos de Silves, Portimão e Odemira, provocando 41 feridos e consumindo mais de 27 mil hectares.

O presidente da Câmara de Monchique, Rui André, já tinha acusado as linhas eléctricas da EDP de serem responsáveis por vários incêndios no concelho, denunciando a alegada “negligência” da empresa.

A EDP refuta estas críticas, considerando, numa nota enviada ao Diário de Notícias, que “a linha eléctrica da rede de média tensão situa-se a mais de 400 metros do ponto identificado pelas entidades oficiais (site da ANPC) como o local onde terá deflagrado o incêndio de Monchique”.

“Os nossos sistemas de monitorização permanente das linhas não registaram nenhuma ocorrência no período inicial do incêndio, tendo depois a linha sido desligada para facilitar a intervenção dos meios aéreos naquela zona”, refere ainda a EDP.

A empresa nota também que, nos últimos cinco anos, “investiu 25 milhões de euros na limpeza e manutenção de 40 mil quilómetros de rede aérea de alta e média tensão em todo o país”.

Além disso, a eléctrica frisa que “a responsabilidade na limpeza de vegetação que interfira com as redes e iluminação pública, não é da EDP Distribuição, mas sim dos proprietários e outras entidades”. Todavia, “sempre que nos é identificado ou comunicado situações de risco nas linhas de Baixa Tensão, a empresa procede à intervenção pontual da zona identificada”, destaca ainda.

A Comissão Técnica Independente que analisou os grandes incêndios do ano passado, atribuiu o início das chamas que deflagraram em Pedrógão Grande, Góis e Lousã, provocando várias mortes, às linhas eléctricas da EDP.

ZAP //

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