A United Continental Holdings, dona da United Airlines, perdeu milhões na bolsa norte-americana depois de um passageiro ter sido retirado à força de um avião da companhia aérea devido à falta de lugares.
Durante a manhã de terça-feira, as ações da empresa chegaram a cair quase 4%, fazendo com que a companhia avaliada em mais de 22 mil milhões de dólares em valor de mercado perdesse, pelo menos, 830 milhões de dólares. Durante a tarde, as perdas abrandaram para cerca de 1,5%, ou seja, cerca de 250 milhões de dólares (236 milhões de euros) de capitalização bolsista.
O presidente da transportadora aérea United Airlines já apresentou as suas desculpas a David Dao, o passageiro que foi expulso violentamente do um avião da companhia em Chicago, 48 horas depois do incidente que provocou indignação em todo o mundo.
“Apresento as minhas desculpas mais sinceras ao passageiro que foi desembarcado brutalmente do avião. Ninguém dever ser tratado daquela maneira”, escreveu Oscar Munoz, em comunicado, qualificando o incidente como “verdadeiramente horrível”.
No texto, garantiu que a empresa “assume as suas responsabilidades e vai compor as coisas”, acrescentando que “nunca é tarde demais para fazer o bem”.
Os advogados do passageiro, indicaram, por seu turno, que este continuava internado e que não iria fazer qualquer declaração nos próximos tempos.
A Casa Branca também já lamentou o incidente, que classificou como “infeliz”. O porta-voz Sean Spicer afirmou que “é perturbador ver como tudo foi gerido“.
Andy Holdsworth, um especialista em comunicação de crise na empresa britânica Bell Pottinger, considerou o episódio como “um desastre em matéria de relações públicas“.
Dos EUA à China, passando pela Europa e América Latina, o incidente provocou reações indignadas e apelos ao boicote da empresa, depôs da difusão de vídeos filmados por outros passageiros que mostraram o homem arrastado pelo corredor, sangrando da cabeça, depois de esta ter batido no braço da cadeira de onde foi arrancado pela polícia do aeroporto.
Perante o escândalo, o Departamento dos Transportes abriu um inquérito “para determinar se a companhia aérea respeitou as regras em matéria de overbooking” e um dos seguranças da companhia foi suspenso.
O overbooking é uma técnica comercial que permite que as companhias aéreas vendam mais lugares do que os existentes no avião.
A United Airlines comprometeu-se a fazer um inquérito interno para examinar e rever a gestão de situações de overbooking e a política de indemnizações, cujas conclusões devem ser conhecidas em 30 de abril.
As empresas aéreas norte-americanas podem obrigar os passageiros a saírem dos aviões para os quais haja mais bilhetes vendidos do que lugares disponíveis, em troca de indemnizações, se não conseguirem voluntários suficientes para abandonarem o aparelho.
A United Airlines esclareceu que propôs 800 dólares aos passageiros que quisessem renunciar ao lugar neste voo, de domingo, entre Chicago e Louisville, no centro-este do país. Sem voluntários, sorteou passageiros para sair do avião.
“Quando alguém compra um bilhete de avião, aceita as condições de venda que dão direitos importantes à empresa aérea”, sublinhou Robert Mann, do gabinete R.W. Mann & Company.
“Desde que esteja a bordo, tem de seguir as ordens da tripulação. Se estiver no terminal de embarque, a companhia pode decidir que essa pessoa não embarca, mesmo que tenha bilhete. Uma vez a bordo, qualquer passageiro pode ser expulso à força”, destacou o analista.
Cerca de 46 mil passageiros, em média, têm de sair de aviões nos EUA, devido a situações de overboking, mas, por norma, os casos são resolvidos através de um compromisso.
ZAP // Lusa
E falamos de um pais democrático que quer ser exemplo para os outros países…
Compreende-se que a actuação dos funcionários pode ter ido contra as directrizes da empresa usando-se a força em vez do diálogo mas com ou sem dolo no limite a empresa tem que assumir a actuação de todos aqueles que estão ao seu serviço.
Já a pratica, apesar de comum, é duvidosa pois quando um passageiro compra bilhete está a adquirir um direito de viajar e não apenas um eventual direito de viajar.
As companhias aéreas não podem colocar em letras pequenas estas condições de hoverbooking nas condições de venda e depois esperar que alguém decida abdicar de um direito só porque a companhia aérea decidiu amealhar mais alguns dólares.
No limite não pode ser um sorteio a decidir mas sim um leilão… dar ofertas com incremento sucessivos aos clientes e quem aceitar aceita correndo depois a companhia o risco de ter que pagar valores elevados aos seus clientes que viram a viagem gorada.
Mais um simples caso que o cliente não tem razão… imaginem que no sorteio sai um cliente que depois faz um transbordo para outro voo de outra companhia, perde um funeral, falha a um casamento, a uma reunião que decide o futuro de uma empresa, etc… quem paga isto… o cliente…
O que a empresa perdeu em bolsa é virtual e daqui a 2 ou 3 semanas já o assunto foi esquecido e o prejuízo recuperado. A resposta que devemos dar é simplesmente não comprar mais bilhetes nessa companhia…
Cumprimentos