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PJ faz buscas na casa de Rui Rangel por suspeitas de corrupção. Há 5 detidos

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António Pedro Santos / Lusa

O juíz desembargador Rui Rangel

A Polícia Judiciária está a desenvolver uma mega-operação, que tem como protagonistas o juíz rui Rangel e a ex-mulher Fátima Galante, por fortes suspeitas de corrupção.

O Correio da Manhã avança que existem indícios de que, tanto o juíz desembargador Rui Rangel como a ex-mulher, Fátima Galante, tenham vendido decisões judiciais a troco de subornos milionários. Além disso, a PJ está também a investigar suspeitas de branqueamento de capitais e fraude fiscal.

Os dois estarão a ser alvos de buscas e constituídos arguidos, de forma a apresentarem-se para primeiro interrogatório judicial.

O mesmo jornal avança que, no âmbito da mega-operação da Polícia Judiciária, foram detidos esta manhã o advogado Santos Martins, suspeito de ter servido de “testa de ferro” a Rangel, fazendo-lhe chegar o dinheiro de forma faseada, e o seu filho, que também terá participado no esquema.

Além destes dois, foram ainda detidos dois homens e uma mulher.

O esquema, conta o CM, denunciou-se a si próprio, quando, em 2016, a PJ encontrou centenas de milhares de euros depositados pelo empresário José Veiga na conta de um jovem desconhecido que, descobriu-se mais tarde, era o filho do advogado Sousa Martins.

Depois disso, a PJ encontrou os talões de depósito desse dinheiro nas contas do juiz, em valores sempre abaixo dos 10 mil euros para não cair nos alertas de branqueamento de capitais.

Além disso, as autoridades encontraram ainda emails de Rangel a pedir dinheiro a Santos Martins.

A operação conta com mais de 100 inspetores no terreno, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, e passa por detenções e buscas em vários locais – como as casas de Rangel e Galante, o Tribunal da Relação de Lisboa, onde o juiz exerce funções e tomou as decisões em causa – e ainda na SAD do Benfica, onde aquele mantém uma relação de proximidade com Luís Filipe Vieira, depois de ter concorrido com ele à presidência do clube.

O Presidente do Benfica também já foi constituído arguido no âmbito da Operação Lex.

Rangel e a ex-mulher são suspeitos de corrupção passiva, branqueamento de capitais e fraude fiscal, os empresários que terão beneficiado das decisões são suspeitos de corrupção ativa, e ainda, suspeitas por branqueamento, aqueles que serviram de ‘testas de ferro’ no esquema, tais como o advogado Santos Martins.

Um juiz só pode ser detido preventivamente depois de designada a data para o seu julgamento. E quando a acusação do MP esteja praticamente concluída. E não pode ser julgado em tribunais de primeira instância: um juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça será o juiz de instrução na fase de inquérito.

Como Rui Rangel é juiz desembargador, ou seja, do tribunal da Relação, será um tribunal superior que ficará responsável pelo processo, neste caso o Supremo. Souto Moura, que liderou as buscas, é precisamente juiz conselheiro do Supremo.

ZAP //

3 Comments

  1. Fala-se em corrupção, fala-se em benfica, esse cancro do futebol e da sociedade.
    É preciso cortar o mal pela raiz, que isto já não se cura com paninhos quentes.

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