O antigo ministro da Economia António Pires de Lima acredita que a crise causada pela pandemia de Covid-19 pode ser solucionada em duas etapas, frisando que só se poderá levar a cabo a retoma económica a nível mundial após o fim do isolamento social.
“O combate a esta crise tem duas etapas: uma que é a atual, onde se tem de injetar liquidez nas empresas para que [estas] possam permanecer vivas e manter o maior número de emprego possível e uma segunda em que se decrete o fim do isolamento social”, começou por dizer à SIC o antigo governante do Governo de Passos Coelho.
E frisou: “Não vai haver nenhuma retoma económica enquanto as pessoas estiverem em casa. É bom que tenhamos consciência disso (…)
“E, portanto, se por razões de saúde pública atendíveis, as pessoas que estiverem que estar em casa mais três ou quatro ou cinco meses, a recessão vai ser profunda e vai durar esses quatro, cinco ou seis meses”.
No entender do antigo ministro, só faz sentido avançar para um plano de ativação económica quando for decretado o fim do isolamento social.
“Só faz sentido lançar um plano de reativação económica que, no meu ponto de vista, não passa por mais investimento público – passa sim por voltar a fomentar o consumo, o investimento privado e o comércio internacional – só faz sentido lançar esse mega-plano de relançamento internacional ao nível continental e integrado com outras geografias do mundo no momento em que se decrete o fim do isolamento social”.
Olha o artista que recebeu milhões para a fábrica de Santarém enquanto presidente da Unicer e pouco depois, quando estava no governo, a Unicer fechou a fábrica de Santarém, e que teve a brilhante ideia do aeroporto no Montijo, a falar de soluções para a crise!!!
Deve ser piada, só pode!…
Quem deve ser mantido em isolamento social é o sr. Lima e a sua família, deixando os demais cidadãos em paz.
Esta também seria uma boa altura para nos livrarmos da classe política que temos tido ao longo de décadas.
Vêm para aqui com frases feitas, discursos da treta,…
Em síntese isto vai ser assim:
– A economia vai bater no fundo como nunca nenhum de nós assistiu
– O desemprego subirá para níveis insuportáveis
– A retoma será lenta e penosa
Medidas necessárias agora e depois na fase de recuperação:
– Apoiar as empresas na manutenção dos postos de trabalho e da capacidade produtiva (não permitir a desestruturação completa de setores, redes, canais de distribuição)
– Estimular o consumo pelas famílias (isto numa lógica macro, a nível europeu, sobretudo assegurando um rendimento mensal por via das empresas – manutenção dos postos de trabalho)
– Acelerar o processo de robotização das empresas europeias iniciado com a chamada indústria 4.0
– Refletir sobre um rendimento mínimo comunitário (ainda que diferente de país para país) mas que pudesse por um lado neste momento assegurar rendimentos face aos elevados níveis de desemprego e que possibilitasse um primeiro ensaio para uma nova economia mais robotizada e menos intensiva em mão de obra.
– O BCE tem de injetar dinheiro a rodos e assumir que teremos de assistir à desvalorização internacional do euro. Se esta injeção não for controlada haverá naturalmente tendências inflacionistas no médio prazo.
A própria desvalorização do euro no atual cenário até poderá ser importante. Compraremos menos ao exterior porque tudo ficará mais caro. Como até ao final do ano não haverá grandes gastos energéticos não importaremos inflação por via da compra de energia ao exterior. E atendendo ao preço do petróleo no mercado internacional, o euro pode e deve desvalorizar.