O eurodeputado socialista é candidato a vice-Presidente do Parlamento Europeu (PE), sendo o único português candidato ao cargo.
Pedro Silva Pereira é candidato a vice-Presidente do Parlamento Europeu (PE). A informação foi confirmada pelo Público junto da assessoria do PS, no dia em que o PE se prepara para votar o nome do seu presidente, o italiano David-Maria Sassoli, que falhou a eleição à primeira volta por sete votos (obtendo 325 votos dos 332 necessários).
Há mais três candidatos à presidência do PE: Jan Zahradil, da ECR (162 votos); Ska Keller, dos Verdes (133 votos) e Sira Rego, do GUE/NGL (42 votos), mas o favorito é o socialista italiano, uma vez que faz parte do acordo fechado ontem em Bruxelas.
O eurodeputado socialista e antigo ministro da Presidência durante os Governos de José Sócrates é o único português candidato a uma vice-presidência. O grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) pode ocupar até cinco lugares, mas como já detém a presidência, ficará apenas com quatro vices.
De acordo com a carta na qual anunciou a sua candidatura, a que o jornal teve acesso, Silva Pereira diz que “não vê a vice-presidência do Parlamento como um mero trabalho burocrático, mas antes uma posição política para defesa do projeto europeu e de uma democracia forte” e que quer ver o papel do Parlamento europeu fortalecido para que “a vontade política dos nossos cidadãos possa ser totalmente respeitada”.
Silva Pereira afirmou ainda ter estado “à frente de vários dossiês sensíveis: a recomposição do Parlamento para esta legislatura, a reforma do mecanismo de estabilidade europeu, os acordos comerciais com o Japão e financiamento para os objetivos do desenvolvimento sustentável, para nomear alguns”.
Recorde-se que, durante a última legislatura, o socialista esteve no comité AFCO sobre assuntos constitucionais, foi membro da ECON sobre assuntos económicos e monetários e do DEVE sobre desenvolvimento e foi ainda membro substituto da INTA para o comércio internacional.
“Em todas essas difíceis negociações, penso ter mostrado capacidade política de alcançar compromissos, mobilizar toda a gente e avançar com a agenda europeia. Tenho a certeza que vamos precisar mais disto nos próximos anos”, cita ainda o Público.
O processo de votação dos vice-presidentes começa hoje, a partir das 15h00. Esta terça-feira, depois de vários dias de negociações, os 28 chefes de Estado da União Europeia chegaram finalmente a acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo.
A ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, foi escolhida para a presidência da Comissão Europeia, a ex-diretora do FMI, Christine Lagarde, fica com o Banco Central Europeu (BCE), o primeiro-ministro belga, Charles Michel, ocupa a presidência do Conselho Europeu e o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, foi escolhido para o cargo de Alto Representante da UE para a Política Externa.