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Acordo finalmente. Ursula Von der Leyen proposta para presidir à Comissão Europeia

Focke Strangmann / EPA

Ursula Von der Leyen, nova presidente da Comissão Europeia

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia chegaram hoje a acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, designando a alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia e Christine Lagarde para o Banco Central Europeu.

Anunciado pelo presidente do Conselho Europeu, o compromisso alcançado ao fim de uma ‘maratona’ negocial, que se prolongou em Bruxelas ao longo de três dias, desde as 18:00 de domingo, contempla ainda a nomeação do primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, para a presidência do Conselho Europeu, do ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política Externa e ainda da francesa Christine Lagarde para o Banco Central Europeu.

Com a designação de Ursula von der Leyen, ministra alemã da Defesa e muito próxima da chanceler Angela Merkel, o PPE, que presidiu à Comissão ao longo dos últimos 15 anos e que venceu as eleições europeias de maio, retém assim o mais ‘desejado’ dos cargos em negociação, que pela primeira vez será ocupado por uma mulher.

Única ministra a pertencer a todos os governos de Ângela Merkel desde que esta assumiu a chancelaria alemã em 2005, Von der Leyen teve o ‘mérito’ de desbloquear o impasse nas negociações sobre as nomeações dos cargos de topo europeus e de reunir um apoio que o socialista Frans Timmermans não conseguiu atingir.

O nome da política alemã terá agora de ser confirmado pelo Parlamento Europeu. A outra mulher hoje apontada para um cargo de topo, Christine Lagarde, é atualmente diretora do FMI quando Portugal pediu, em 2011, um resgate de 78 mil milhões de euros à ‘troika’, que incluiu ainda a Comissão Europeia e o BCE.

“Sinto-me honrada por ter sido nomeada para a presidência do Banco Central Europeu. Diante disto, e em consulta com o Comité de Ética do Conselho Executivo do FMI, decidi abandonar temporariamente as minhas responsabilidades como Diretor Gerente do FMI durante o período de nomeação”, pode ler-se num tweet publicado por Lagard.

Por enquanto, o banco central da zona euro tem apenas duas mulheres entre os 25 membros do seu orgão máximo, o Conselho de Governadores. Antes de Mario Draghi, o BCE teve como presidente o francês Jean-Claude Trichet e o holandês Wim Duisenberg, que foi o primeiro presidente da instituição.

Costa desiludido com acordo final

Depois do acordo final para os lugares de topo, o primeiro-ministro português explicou que os “socialistas estão desiludidos” e que preferiam o acordo anterior, no qual Frans Timmermans era a escolha para presidente da Comissão Europeia.

“A anunciada fragilidade de Merkel em nada contribui para o reforço da Europa. Antes pelo contrário, cria um vazio no seio da sua família política [PPE] que é um vazio perigoso, onde facilmente os que são contra a Europa e os que defendem o populismo facilmente se infiltram”, disse António Costa aos jornalistas, citado pelo Observador.

O governante português também aludiu ao facto de Itália e o grupo de Visegrado, que parecem ter influenciado a recusa do acordo preferido por Costa pelos socialistas, não terem ficado com nenhum dos lugares de topo.

“É um acordo equilibrado a nível de género, de distribuição geográfica e de distribuição política”, destacou Costa, apesar de haver agora um Parlamento Europeu extremamente dividido devido às eleições europeias de maio.

ZAP // Lusa

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