As primeiras santas palestinianas da época contemporânea, duas mulheres nascidas na Palestina durante a ocupação otomana, são este domingo canonizadas no Vaticano.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, vai assistir à cerimónia, alguns dias após o anúncio da futura assinatura – em data a marcar – de um primeiro acordo entre o Vaticano e “o Estado da Palestina”, reconhecido há dois anos pelo Vaticano, na sequência da votação na ONU.
As duas santas palestinianas são Mariam Bawardi (1846-1878), que nasceu na Galileia e foi beatificada por João Paulo II em 1983, e Maria Alfonsina Ghattas (1843-1927), de Jerusalém, beatificada em 2009 na basílica da Anunciação, em Nazaré, numa cerimónia presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos e enviado do papa Bento XVI.
Maria Alfonsina Ghattas, nascida Maryam Soultaneh Danil Ghattas, fundou com o sacerdote Giuseppe Tannos a única comunidade religiosa da Terra Santa, a Congregação das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Rosário de Jerusalém.
Maria de Jesus Crucificado, nome que Mariam Bawardi adotou, carmelita descalça, nasceu em 1846 em Abellin, pequeno povoado a meio caminho entre Haifa e Nazaré. Entrou no Carmelo de Pau (França) em 1867, antes de fundar o Carmelo de Belém, onde morreu.
A canonização das duas religiosas “significa que a santidade ainda é possível, que a perfeição espiritual ainda é possível”, considerou o bispo auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém, William Shomali.
O anúncio da canonização das duas religiosas foi feito, em fevereiro, pelo papa Francisco.
“A Terra Santa deu centenas de santos ao longo da sua história. A nossa maior santa é a Virgem Maria, a mãe de Jesus”, considerou.
“Mas, para o período moderno, temos apenas três santos cuja língua não era nem o grego, nem o latim, nem o aramaico, mas o árabe”, disse.
A canonização de um terceiro palestiniano, um monge salesiano, está a ser examinada pela Igreja.
/Lusa