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Países menos corruptos com melhor resposta à covid-19, revela estudo

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Minsa

Os países com menos corrupção estão em melhor posição para enfrentar os desafios económicos e de saúde originados pela pandemia do novo coronavírus, segundo um estudo anual divulgado na quinta-feira pela organização Transparency International.

O Índice de Perceção de Corrupção de 2020 – que mede a perceção da corrupção no setor público de acordo com especialistas e empresários -, concluiu que os países que tiveram um bom desempenho investiram mais, forneceram maior cobertura de saúde e “têm menos probabilidade de violar as normas democráticas”, noticiou no domingo o Huffpost.

“A covid-19 não [se trata] apenas uma de crise económica e de saúde. É uma crise de corrupção, que atualmente não conseguimos administrar”, disse a diretora da organização, Delia Ferreira Rubio.

O índice deste ano mostrou que os Estados Unidos (EUA) atingiram uma nova mínima em meio a um declínio constante sob a presidência de Donald Trump, com uma pontuação de 67, numa escala em que 0 é “altamente corrupto” e 100 é o oposto.

“Além de alegados conflitos de interesse e abuso de cargo no nível mais alto, em 2020, a fraca supervisão do pacote de ajuda à covid-19, de 1 bilião de dólares, levantou sérias preocupações e marcou um recuo das normas democráticas de longa data que promovem um governo responsável”, apontou o relatório da organização, sediada em Berlim.

A ligação entre a corrupção e a resposta ao coronavírus pode ser vista em todo o mundo, de acordo com o documento. O Uruguai, por exemplo, obteve 71 pontos – ocupando o 21º lugar da lista -, com um forte investimento em saúde e um sistema de vigilância epidemiológica, que tem ajudado com a covid-19, a febre amarela e a Zika.

Mohammed Saber / EPA

Em contraste, Bangladesh, que obteve 26 pontos e ocupou o 146º lugar na lista, “investe pouco em saúde, enquanto a corrupção floresce durante a covid-19, variando de suborno em clínicas de saúde a ajuda indevida”, referiu o relatório. “A corrupção também é generalizada na aquisição de suprimentos médicos”, acrescentou.

Mesmo na Nova Zelândia, que ficou em primeiro lugar como a nação menos corrupta, com uma pontuação de 88, há espaço para melhorias, observou a Transparency International. “Embora o governo comunique abertamente as medidas e políticas que implementa, é necessária mais transparência em torno das aquisições públicas para a recuperação do covid-19”, escreveu a organização.

No geral, dos 180 países analisados, dois terços pontuaram abaixo de 50, com a pontuação média nos 43.

A Dinamarca e a Nova Zelândia empataram em primeiro lugar como os países menos corruptos, seguidos pela Finlândia, pela Singapura, pela Suíça e pela Suécia (85 pontos), pela Noruega (84), pela Holanda (82) e pela Alemanha e Luxemburgo (80). A Austrália, o Canadá, Hong Kong e a Grã-Bretanha pontuaram 77, ficando no 11º lugar.

A Somália e o Sudão do Sul tiveram os piores resultados (12 pontos), ficando em 179º lugar, atrás da Síria (14), Iémen e Venezuela (15), Sudão e Guiné Equatorial (16), Líbia (17) e Coreia do Norte, Haiti e República Democrática do Congo (18).

Desde 2012, 26 países melhoraram significativamente, incluindo a Grécia, que aumentou 14 pontos para 50, Myanmar, que aumentou 13 pontos para 28, e Equador, que aumentou 7 pontos para 39.

Ao mesmo tempo, 22 países diminuíram significativamente: o Líbano caiu 5 pontos, para 25; o Malauí e a Bósnia e Herzegovina caíram 7 pontos, para 30 e 35, respetivamente.

Taísa Pagno //

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