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Pai das crianças de Caxias foi o primeiro a pedir ajuda à APAV

(dr) João Miguel Rodrigues / CM

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O pai das crianças da tragédia de Caxias foi o primeiro a solicitar ajuda à APAV, mas só a mãe das meninas apresentou queixa na PSP que propôs acusação por violência doméstica contra o homem, solicitando o seu afastamento da ex-companheira.

Estes dados juntam-se à informação que se conhece sobre o trágico incidente da praia de Caxias, em Oeiras, onde uma mulher de 37 anos terá tentado suicidar-se com as duas filhas, de 19 meses e quatro anos.

As buscas pela menina mais velha prosseguem, com as esperanças de encontrar o corpo cada vez mais remotas, depois de a autópsia à bebé ter confirmado a morte por afogamento.

O Público apurou que a PSP propôs ao Ministério Público que acusasse o pai das crianças, Nélson Ramos, pelo crime de violência doméstica, depois de ter terminado, na primeira semana de Fevereiro, a investigação ao caso, no seguimento da queixa apresentada pela mãe, Sónia Lima.

A PSP terá ainda solicitado a aplicação de “uma medida de afastamento do alegado agressor”, conforme refere o porta-voz da PSP, o intendente Hugo Palma, ao mesmo jornal.

Da parte do Ministério Público, salienta-se que a tele-assistência, que já tinha sido consentida pela mãe, estava “em curso”, conforme cita a mesma publicação.

Quanto às suspeitas de abuso sexual de crianças, levantadas pela mãe contra o pai das meninas, procede ainda uma investigação à parte na Polícia Judiciária, sendo que as “perícias médico-legais não foram conclusivas”, apurou o Público.

Pai das crianças foi o primeiro a pedir ajuda

Da parte do pai, não existe nenhuma queixa formal apresentada às autoridades, mas o Diário de Notícias apurou que foi ele o primeiro a pedir ajuda à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) “para reclamar do comportamento da mãe e das dificuldades em conviver com as filhas“.

Só depois disso, é que Sónia Lima terá apresentado queixa por violência doméstica e abuso sexual das meninas.

O assessor da APAV, Daniel Cotrim, corrobora estes dados e escuda-se na confidencialidade dos processos para não revelar mais detalhes, notando ao jornal que “não havia relação entre o tipo de queixas” para que se estabelecesse uma “ligação entre os dois” casos.

O advogado de Nélson Ramos, Rui Maurício, refutou, mais uma vez, as acusações que foram feitas por Sónia Lima, em declarações à CMTV, realçando que o seu cliente foi ouvido no processo de violência doméstica em Janeiro.

Em entrevista à SIC Notícias, Rui Marício lamenta “o cenário de caça a um homem que perdeu duas filhas“, notando que Nélson Ramos está “em profunda dor” e que tinha “uma paixão imensa pelas filhas”.

Realçando que acompanha o caso desde a separação do casal, em Novembro passado, o advogado ainda refere que era uma situação com “contornos estranhos” e que requeria a “necessidade de uma intervenção da parte das instituições”.

Taxista conta que ouviu gritos da mãe e de uma criança

A TVI falou, entretanto, com o taxista que foi a primeira pessoa a chegar ao local da tragédia e que ajudou a mulher a sair da água e chamou as autoridades.

O homem, que não quis dar a cara, conta que parou no local para urinar e que viu “um vulto ou dois” na água, com gritos “mais fortes e mais finos” que lhe deram a ideia de estar lá uma “criança”.

O taxista diz que foi buscar a mulher nas rochas que existem na praia, que ela estava “quase a morrer” e lhe pediu para a “deixar ir” porque a “dor era muito grande”.

Sónia Lima está em prisão preventiva e a juíza-presidente da Comarca de Lisboa Oeste, Rosa Vasconcelos, explica ao Público que a medida foi decretada pelo “perigo grave de perturbação da ordem e da tranquilidade pública”.

SV, ZAP

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