Contrariando as regras impostas e apanhando de surpresa os responsáveis de uma piscina pública, um grupo de mulheres muçulmanas vestiram os seus burkinis e saltaram para a água.
Um grupo de mulheres muçulmanas lançou recentemente um protesto contra as regras das piscinas públicas, que proíbem o uso de burkinis. Por ser um “direito das mulheres muçulmanas”, este grupo de mulheres de Grenoble, em França, luta por ele e desobedece às regras numa ação a que deram o nome de “Operação Burkini“.
O protesto aconteceu na piscina de Jean Bron que, tal como muitas por todo o país, baniu o uso de burkini. Segundo a BBC, no domingo, o grupo de mulheres entrou na piscina com o burkini vestido, só com o rosto, os pés e as mãos a descoberto.
O nadador salvador da piscina pública avisou-as de que não era permitido, mas não resultou. As mulheres mergulharam na piscina e juntaram-se às outras pessoas que ali passavam a tarde, vestindo os seus fatos de banho, biquínis ou calções.
“Tínhamos o sonho: divertirmo-nos numa piscina pública como qualquer outro cidadão, acompanhar os nossos filhos por toda a piscina, sobretudo porque Grenoble é muito quente no verão”, disseram à BBC Hassiba e Latifa, duas das protestantes.”Temos de lutar contra as políticas discriminatórias em França, uma vez que estamos realmente a ser privados dos nossos direitos de aceder a infraestruturas camarárias.”
Apesar de terem levado a cabo a Operação Burkini, as mulheres acabaram por ser interrogadas pelas autoridades e multadas em 35 euros, avançou o France Bleu.
Esta é mais uma ação, inspirada em Rosa Parker, uma ativista negra que, em 1955, no Alabama, se recusou a levantar-se para dar lugar a um branco no interior de um autocarro. Em maio de 2018, a Citizen Alliance lançou uma petição – entretanto assinada por 600 mulheres muçulmanas – para que o autarca da cidade recuasse na legislação e nas regras de acesso a piscinas públicas, numa campanha que dura já há mais de um ano.
França foi o primeiro país do mundo a banir o uso público do véu que cobre a totalidade do rosto. De acordo com o Expresso, em 2016, a política francesa foi arrebatada pela discussão da proibição do uso daquele género de roupa de banho. Os argumentos para a interdição prendiam-se com o facto de estes “não serem compatíveis com os valores de França e da República”.