O ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, é o principal arguido do caso Saco Azul por suspeitas de que montou um esquema para retirar dinheiro do clube através de contratos fictícios. Mas que consequências pode o clube enfrentar?
A Benfica SAD e a Benfica Estádio também vão a julgamento no chamado “caso Saco Azul”, que tem ainda como suspeitos os administradores Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira.
Em causa estão crimes de fraude fiscal e de falsificação de documentos.
Mas o que pode acontecer ao Benfica?
O Benfica não sofrerá quaisquer consequências desportivas por causa deste processo judicial, uma vez que estão em causa questões fiscais.
Em termos financeiros, se houver condenações por fraude fiscal, pode haver lugar a penas de multa, nomeadamente para a Benfica SAD.
Já os arguidos individuais podem arriscar penas de prisão.
Como funcionava o Saco Azul?
O esquema funcionava desde 2016 e passava pelo uso de dinheiro do clube para pagar a terceiros, conforme as alegações do Ministério Público (MP).
Esses pagamentos seriam feitos através da empresa Questão Flexível e de contratos fictícios, relativos a serviços nunca prestados por empresas “zombie”.
O MP acredita que foram desviados cerca de 2,2 milhões de euros da SAD do Benfica. Deste valor, 11% terá sido pago ao empresário José Bernardes, responsável da Questão Flexível, como contrapartidas, enquanto 1,4 milhões de euros terão voltado à Benfica SAD e à Benfica Estádio, S.A., mas em dinheiro vivo.
As investigações iniciaram-se depois de um alerta do banco Eurobic, onde a Questão Flexível tinha conta, e após Bernardes ter tentado levantar cerca de 250 mil euros em notas. O banco recusou entregar o dinheiro e avisou as autoridades.
O empresário terá, então, aberto uma conta no Millenium BCP, de onde terá retirado cerca de 350 mil euros em dinheiro vivo.
Não foi possível apurar quem terá sido beneficiado com o esquema, nem como é que o dinheiro levantado nos bancos foi aplicado.
Este processo é diferente de outra investigação que decorre e que implica Vieira e o seu sucessor na presidência do Benfica, Rui Costa, por suspeitas do desvio de seis milhões de euros das contas do clube através de contratos falsos de intermediação de jogadores.
ZAP // Lusa