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O que aconteceu no Meco “não é praxe académica”

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RTP

Simulação RTP do jogo de praxe da praia do Meco

Simulação RTP do jogo de praxe da praia do Meco

O secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, considerou hoje, em Coimbra, que o incidente que levou à morte de seis estudantes na Praia do Meco “não é praxe académica”.

A praxe “não é aquilo, nem nunca o foi”, afirmou Emídio Guerreiro, também antigo presidente da Associação Académica de Coimbra, sublinhando que aquilo que levou à morte dos seis estudantes da Universidade Lusófona são “atos ilícitos que devem ser punidos”.

Emídio Guerreiro falava à margem da apresentação do Projeto 80, na Escola Secundária Infanta Dona Maria, em Coimbra, que irá percorrer 18 escolas do 3.º ciclo e ensino secundário do país, procurando incentivar ao desenvolvimento de projectos na área da sustentabilidade social, económica e ambiental.

O secretário de Estado frisou que os acontecimentos na praia do Meco são “uma questão policial”, por haver “quem esteja a incumprir a lei”.

“Nunca seria permitido na praxe” de Coimbra

Também o Dux Veteranorum da Universidade de Coimbra, João Luís Jesus, defendeu hoje que outras instituições do Ensino Superior fizeram cópias mal feitas daquilo que é a praxe de Coimbra, a mais antiga do país, considerando que “há certas coisas que não podem ser consideradas” praxe.

João Luís Jesus, que preside às reuniões do Conselho de Veteranos (órgão que regula a praxe em Coimbra), afirmou à agência Lusa que “a praxe tem de ser vista num contexto histórico”, lembrando que muitas instituições do Ensino Superior não têm “algo por trás que justifique as suas praxes”, fazendo cópias “com desvios”, de modo a criar a sua identidade.

“Noutros sítios, sujam-se os caloiros com lama, ovos ou farinha, quando isso, em Coimbra, é expressamente proibido”, exemplificou João Luís Jesus, Dux há 13 anos.

Apesar de considerar que a proibição da praxe não levaria “a lado nenhum”, o Dux da Universidade de Coimbra defendeu que deveria ser “feita uma discussão mais aprofundada da praxe”, pois “há certas coisas que não podem ser consideradas praxe, mas que estão associadas a ela”.

“A praxe é feita por pessoas, mas se lhes falta alguma formação social ou cívica transportam-na para a praxe”, contou João Luís Jesus, relembrando que houve uma atualização do código da praxe passando a proibir expressamente a realização de qualquer pintura sobre caloiros ou novatos, a mobilização destes dentro do horário letivo, a extorsão de bens do “caloiro” e ainda a proibição do “desenvolvimento de atividades que lesem física ou psicologicamente outrem”.

Sobre o caso da morte de seis jovens universitários na praia do Meco, o Dux de Coimbra disse à agência Lusa que “aquilo nunca seria permitido na praxe” de Coimbra, ou fora dela, considerando que “houve irresponsabilidade, ao alguém, deliberadamente, se pôr em perigo”.

Tragédia no Meco reacende debate

Os seis jovens que morreram na praia do Meco faziam parte de um grupo de estudantes universitários que tinham alugado uma casa na zona para passar o fim de semana.

Segundo as autoridades, uma onda arrastou-os na madrugada de 15 de dezembro, mas um dos universitários conseguiu sobreviver e dar o alerta. Os corpos dos restantes foram encontrados nos dias que se seguiram.

O Ministério da Educação e Ciência convocou as associações de estudantes do Ensino Superior para uma reunião, esta semana, sobre praxes académicas, sendo que a questão irá também ser abordada nas reuniões previstas nas próximas semanas com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos.

O Ministério pretende debater com os alunos e as instituições as “melhores formas de prevenir este tipo de situações de extrema gravidade”.

/Lusa

4 Comments

  1. Com que autoridade é que o Sec. de Estado que tão mau uso faz do nome que tem, diz o que é praxe e o que não é? Acaso a prática das praxes académicas estão inscritas em alguma lei??? Claro que há praxes legais e ilergais, não por derem praxers mas por serem acções com caracter violento ou não, criminal ou não. Como as brincadeiras, os jogos de futebol e as declarações de um deputado.

    • A esse “animal Dux irracional” que mandou os putos para junto do mar naquele estado só espero que a recordação daquela noite lhe venha muitas vezes à cabeça… já que é evidente que vai continuar a mentir para se safar ao castigo. Se eu fosse pai de algum desses putos, podes crer que num belo dia de vendaval levava-te à praia e fazia como tu… obrigava-te a tomar um banhinho!!
      Agora senhores, depois disto ainda haver alguém que continua a apoiar a continuação destes atos energúmenos… eu passo-me com a falta de civilização destes tipos… precisavam era de ir todos ao banho num dia de vendaval… e o mundo ficaria bem melhor…rsssssssss

    • PRAXES NA ULHT.
      A ignorância muitas vezes superpõe-se á realidade. A praxe académica surgiu na Universidade de Coimbra e é claro que muitas vezes era violenta tendo sido proibida por João V por causa da morte de um aluno. Mais tarde esta tradição foi retomada. Actualmente na ULHT a praxe não é obrigatória e pode haver desistência da mesma em qualquer altura. O praxado (Caloiro ), também tem direito, desde que comunique aos veteranos, a negar-se a rituais que não aceita (alergias e outros) desde que informe antecipadamente. Os alunos não praxados, na ULHT não são” escorraçados” e confraternizam com os praxados com amizade, executando com os mesmos os respectivos trabalhos de grupo sem qualquer problema. Na ULHT é o que se passa na actualidade. Repito que a ignorância se sobrepõe á realidade. Não generalizem! Já dizia Napoleão que pior que a crueldade é a ignorância. Sabemos de antemão que querem acabar com as tradições deste nosso Portugal. Acrescento que nesta nossa Universidade existem estrangeiros que querem ser praxados. E são por livre iniciativa, não me lembrando ter existido nenhuma queixa de abuso em qualquer Embaixada. Acrescento que na Lusófona não existe bullying, na medida em que os caloiros têm padrinhos que os protegem com amizade. PERGUNTEM AOS CALOIROS! Os abusos não são Praxe! Mas situações passivas de ser punidas judicialmente. Não misturem, sejam coerentes. Não acabem com as tradições. Há muito tempo houve a tentativa.de alguns “fanáticos religiosos” de acabar com o Fado em virtude do grosseirismo; diriam “eles “que se ouvia nos locais onde era cantado. Hoje o Fado é património imaterial da humanidade. As opiniões negativas sobre as Praxes tentando operar como factores de fratura e destruição prepositada desta secular tradição sómente contribuem para a cimentacão das mesmas e possivelmente uma maior união entre os estudantes praxados e colegas amigos não praxados de todas as Escolas e Universidades portuguesas que vão manter esta tradição! .A união faz força!(KRUPP).

  2. Caro António Pinto,
    será que sabes o que é a praxe? ou melhor já alguma vez foste estudante?
    é que no conteúdo do teu comentário não se vê formação ou cultura

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