Fast food como se fosse tabaco

Tal como o álcool e o tabaco, também os alimentos ultra-processados fomentam o vício. Uma nova investigação revelou que 14% da população adulta e 12% das crianças, em todo o Mundo, estão muito dependentes deste tipo de alimentos.

O fast food está a provocar dependência em milhões de pessoas em todo o mundo.

De acordo com um estudo publicado esta terça-feira no The BMJ, que incidiu em 36 países, um em cada sete adultos e um em cada oito crianças são viciadas em comidas ultra-processadas.

“Estima-se que a dependência de alimentos ultra-processados ​​ocorra em 14% dos adultos e 12% das crianças e está associada a mecanismos biopsicológicos de dependência e a problemas clinicamente significativos”, disseram os investigadores, citados pelo The Oldham Times.

Nos EUA e no Reino Unido, por exemplo, estas refeições representam mais de metade da dieta diária.

Este vício é comparado, pelos investigadores, ao do tabaco e do álcool. Como tal, os especialistas alertaram que é fulcral mudar de paradigma, no que diz respeito às políticas direcionadas a este tipo de alimentos.

“Ao reconhecer que certos tipos de alimentos processados ​​têm propriedades de substâncias viciantes, poderemos ajudar a melhorar a saúde global”, disse Ashley Gearhardt, investigadora na Universidade de Michigan (EUA) e uma das autoras do estudo.

“Hidratos de carbono ou gorduras refinadas evocam níveis semelhantes de dopamina extracelular que se refletem no cérebro dos observados como substâncias viciantes, como a nicotina e o álcool”, explicaram os investigadores.

“A compreensão destes alimentos como viciantes pode levar a novas abordagens no domínio da justiça social, cuidados clínicos e abordagens políticas”, concluíram.

Desejos intensos, compulsão, dificuldades no controlo da ingestão, uso continuado, apesar das consequências – obesidade, transtorno da compulsão alimentar periódica, aumento do risco de cancro -, são os principais sintomas do vício em alimentos ultra-processados, como gelados, batatas fritas, refrigerantes, etc..

Miguel Esteves, ZAP //

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