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O Bloco não é o único amor do Governo. A prioridade são os partidos que viabilizaram OE

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André Kosters / Lusa

Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, deu a entender que o Bloco de Esquerda necessita de se pôr na fila. À frente estão o PCP, o PAN, o PEV e as deputadas não inscritas – os que ajudaram a viabilizar o Orçamento do Estado.

As últimas semanas foram de agitação extrema, depois da difícil aprovação do Orçamento do Estado para 2021. Ainda assim, Duarte Cordeiro não considera ter sido uma derrota o facto de não ter conseguido o “sim” do Bloco de Esquerda.

O Governo fez o que pôde para que o BE participasse neste processo e viabilizasse o OE; fez as aproximações que foram significativas e entende que foi uma opção política estratégica do BE votar contra este Orçamento. Isto foi algo que, no nosso entender, ficou mais claro quando no processo da especialidade o Bloco apresentou apenas 12 propostas que incidiam, essencialmente, em pontos de divergência daquilo que tinham sido as conversas que tínhamos tido. Portanto, para mim, ficou evidente que foi uma opção do BE afastar-se do Orçamento e do Governo”, justificou.

Ainda assim, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares não rejeita a possibilidade de diálogo com os bloquistas sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No entanto, em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, Duarte Cordeiro sublinhou que a prioridade são os compromissos assumidos com os partidos que viabilizaram o Orçamento.

Não podemos virar costas aos partidos que nos apoiaram no OE”, disse.

De acordo com o responsável, Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, “sinalizou a sua disponibilidade para um entendimento na questão do SNS”, mas os compromissos assumidos com os partidos que viabilizaram o Orçamento são prioritários e são para cumprir antes de qualquer entendimento com os bloquistas.

“Assumimos compromissos com os partidos que viabilizaram o Orçamento. A nossa prioridade é cumprir esses compromissos“, reiterou.

“Se da parte do BE existir disponibilidade para continuar a conversar no futuro, nós não fechamos a porta a diálogos futuros com o BE em nenhuma matéria, mas não podemos também – seria absolutamente errado – virarmos as costas ou ignorarmos os partidos que nos apoiaram na viabilização do OE”, acrescentou Duarte Cordeiro.

Depois da decisão dos bloquistas, que votaram contra o Orçamento do Estado, o secretário de Estado considera que é o Bloco “que tem de responder pela não participação, pela sua votação no Orçamento do Estado”.

Duarte Cordeiro apontou ainda que a falta de um acordo escrito não justifica a posição do BE: “o facto de poder até ser mais simples com um acordo escrito não significa que cada uma das partes não procure o que estiver ao seu alcance para responder e para procurar convergências”.

ZAP //

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