O dirigente socialista Daniel Adrião apresentou, na quinta-feira, a sua candidatura à liderança para “acrescentar mais democracia” ao PS.
Depois de ter sido derrotado nas duas últimas eleições diretas, volta agora a ir a jogo no congresso socialista de 10 e 11 de junho. Daniel Adrião desafia novamente a liderança de António Costa e apresenta-se com um programa próprio.
Segundo o Observador, as principais linhas do programa são: ter uma pessoa a liderar o PS e outra a assumir o papel de primeiro-ministro; acabar com nomeações “pouco transparentes” na Administração Pública; fazer primárias em todas as eleições internas do partido e limitar os mandatos para cargos eleitos.
Adrião é o único adversário de Costa e, desta vez, entrega um documento que batizou como “Democracia Plena” – uma amostra muito literal do conteúdo, que se dedica a defender que a democracia deve ser aprofundada dentro e fora do PS.
Ao contrário da moção de Costa, que dá pouca atenção às questões internas do PS, na moção de Adrião há referências à economia, ao SNS ou à Educação, mas o foco é mesmo colocado na questão da democracia, sobretudo a interna.
Criticando a “excessiva concentração de poder nas mãos de um homem só”, a moção rejeita o “culto do líder”, que nem sequer deveria exceder os três mandatos. Além disso, para os subscritores da “Democracia Plena”, “deve existir uma separação entre as funções de líder partidário e as funções de chefe do Governo”.
Na quinta-feira, em declarações aos jornalistas após a entrega do documento, Adrião disse que Costa até tem feito um bom trabalho enquanto primeiro-ministro, mas não enquanto líder do PS.
A mesma observação surge na proposta: “Queremos que o nosso camarada António Costa se concentre nas suas funções de primeiro‐ministro, permitindo que a função de secretário‐geral seja ocupada por alguém que se dedique a tempo inteiro à revitalização e dinamização do Partido Socialista”.
Esta é a terceira vez que Adrião se candidata à liderança do partido.