“Tudo começou com um ponto”, escreve o diário norte-americano The New York Times que, neste domingo, dedicou a primeira página às vítimas mortais da covid-19.
Ao longe, o gráfico que pinta a primeira página do The New York Times deste domingo parece um bloco cinzento, com um gradiente turvo que culmina, no fundo, num bloco de tinta sólida. Ao perto, é muito mais do que isso: o cenário de uma realidade triste, onde cerca de 500 mil pontos individuais representam uma vida perdida para a covid-19.
Numa altura em que os estados Unidos estão prestes a atingir meio milhão de mortes devido à covid-19, o diário norte-americano decidiu dedicar a capa da edição do dia 20 de fevereiro às vítimas mortais da pandemia. “Cada ponto representa uma vida perdida”, escreveu o jornal.
A primeira morte relacionada com o novo coronavírus nos Estados Unidos foi anunciada há um ano, no dia 29 de fevereiro de 2020, cerca de três meses antes de o país atingir as 100 mil mortes.
Para Bill Marsh, coordenador gráfico de impressão que ajudou a supervisionar a execução da capa do jornal, o conceito digital funcionou igualmente bem na impressão. “O facto de podermos criar algo com meio milhão de pontos que é visível e legível de uma só vez, numa folha de papel, que as pessoas podem imprimir e refletir – é feito para impressão, de certa forma”, disse. “Parece natural para a primeira página.”
Ao contrário das abordagens anteriores do NYT, o gráfico deste domingo mostra todas as mortes na sequência da pandemia – um cenário negro que pinta a primeira página do jornal.
Numa era cheia de incógnitas, “os gráficos podem apresentar uma maneira totalmente nova de se entender o que está a acontecer”, rematou Marsh.
Coronavírus / Covid-19
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