Estela Silva / Lusa
O eurodeputado Nuno Melo, do CDS/PP
Depois de várias pistas e de ter deixado críticas à actual liderança dos democratas-cristãos, Nuno Melo vai mesmo avançar com uma candidatura a líder do CDS.
O eurodeputado do CDS tem sido uma das vozes mais críticas à liderança de Francisco Rodrigues dos Santos e vai mesmo avançar com uma candidatura à presidência do partido. O anúncio vai ser feito no sábado, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, no Porto, às 15 horas, perante 150 convidados e rostos conhecidos do partido.
Segundo o Público, Adolfo Mesquita Nunes, que também já ponderou avançar para a liderança, vai marcar presença na apresentação de Nuno Melo. O ex-deputado Álvaro Castello-Branco e o deputado João Almeida, que há dois anos perdeu a disputa pela presidência para Francisco Rodrigues dos Santos, devem também estar presentes. O líder da distrital de Lisboa, João Gonçalves Pereira, tem já a presença garantida.
Nuno Melo já tinha antecipado no Facebook na sexta-feira que iria anunciar em breve a sua decisão sobre uma candidatura a líder do CDS, tendo também analisado os resultados do partido nas autárquicas e deixado críticas à actual liderança por não se preocupar com o crescimento de partidos como o Chega e a Iniciativa Liberal e com a perda de votos.
O eurodeputado agradeceu as “mensagens e comentários de incentivo” e referiu que quer “devolver ao CDS o lugar que lhe pertence por direito próprio” e que o partido democrata-cristão “faz muita falta a Portugal“.
Em Janeiro deste ano, Nuno Melo admitiu também em entrevista ao Público e à Renascença estar a ponderar uma candidatura no próximo congresso do partido. O anúncio vai ser na véspera do Conselho Nacional do CDS-PP, que vai decorrer no domingo por videoconferência e onde vai ser marcado o próximo congresso e serão debatidos os resultados eleitorais.
Nuno Melo representa aqueles que conduziram o CDS ao resultado eleitoral que colocou o partido com 4 deputados na Assembleia da República nesta legislatura. Não me parece que possa trazer algo de novo a não ser uma radicalização do discurso para próximo de André Ventura.