Num congresso a uma só voz, Jorge Moreira da Silva veio explicar que “unidade não pode significar unanimismo”

Ricardo Castelo / Lusa

Antigo dirigente da OCDE revelou ter sido convidado por Montenegro para cargos na sua direção, mas recusa deveu-se a visões distintas e por considerar que unidade não deve ser confundida com “unanimismo”.

Foi o último candidato derrotado por Luís Montenegro antes de o antigo líder parlamentar do PSD ter finalmente conquistado o lugar que há anos procurava, mas nem por isso Jorge Moreira da Silva deixou de estar presente no 40.º Congresso dos sociais democratas para deixar patente a sua posição.

Num discurso que claramente contrastou com os restantes, alinhados com Montenegro, o antigo dirigente da OCDE esclareceu que não irá encabeçar “qualquer lista própria ao conselho nacional” nem patrocinar uma iniciativa semelhante. “Não sou líder de fação”, resumiu.

Ressalvando que, da sua parte, o novo líder terá “todas as condições de unidade e estabilidade que são necessárias para o cumprimento do seu mandato”, esclareceu que “unidade não pode significar unanimismo, pensamento único, cinismo“. “Para isso não estou disponível“, esclareceu.

Talvez seja essa a justificação para ter recusado assumir todas os convites que lhe foram feitos por Luís Montenegro para que assumisse altos cargos na sua direção. “Apesar da simpatia de Luís Montenegro, que me fez vários convites nos últimos dias – revelo-o porque é a seu crédito – entendi que era preferível não integrar as listas porque não daria um bom contributo para o partido”, afirmou

Ainda assim, garantiu a Luís Montenegro que pode continuar a contar com a sua colaboração. Prosseguiu, depois, para críticas ao Governo de António Costa, a quem acusou de estar “capturado pelos interesses pessoais dos seus membros” e de se comportar como um “Governo de gestão“.

Como tal, considera que “o PSD tem de estar à altura da sua responsabilidade histórica”. “Nunca falhámos a Portugal. Foi sempre o PSD a recuperar Portugal”, afirmou.

ZAP //

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