Costa ironiza sobre comunicado da PGR, desmente Marcelo e culpa-o por crise “irresponsável”

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Nuno Veiga / Lusa

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa

Costa afirma que ninguém assumiria que o comunicado da PGR que ditou a sua demissão não tinha sido escrito pela própria Lucília Gago. O ainda primeiro-ministro também criticou a decisão de Marcelo de dissolver o Parlamento.

O secretário-geral socialista caracterizou hoje como uma irresponsabilidade a abertura de uma crise política, apontou instabilidade na direita e afirmou esperar que o Presidente da República não seja forçado a dissolver mais vezes o parlamento.

António Costa falava aos jornalistas a meio da Comissão Nacional do PS, no Parque das Nações, em Lisboa, em que tentou sobretudo acentuar eventuais consequências negativas da crise política numa conjuntura complexa no plano internacional.

“O PS tem todas as condições para ganhar as eleições, já que a direita apresenta uma alternativa de instabilidade. Mesmo uma maioria parlamentar aritmética de direita dependente do Chega nunca será uma maioria governativa, porque o Chega não é um partido igual aos outros”, defendeu.

O ainda líder do executivo referiu-se, não apenas à ideologia no Chega, de extrema-direita, mas também ao comportamento dos dirigentes desta força política, razão pela qual, na sua perspetiva, este partido “será um fator permanente de instabilidade”.

“Aquilo que todos desejamos, seguramente, é que esta tenha sido a última dissolução do atual Presidente da República e que o chefe de Estado não fosse ainda fosse confrontado com a necessidade de fazer novas dissoluções no futuro”, advertiu.

Para António Costa, esta dissolução da Assembleia da República “foi totalmente despropositada e desnecessária, mas – pronto – está feita”.

“Agora, ser forçado a outra, isso não. Por isso, é essencial que a direita não seja maioritária na Assembleia da República e que possam existir outras soluções. O Chega não existe para governar, o Chega existe para contestar e para perturbar”, acentuou.

Deixou ainda outro recado, este dirigido ao PSD: “Que ninguém pense que lá por fazer um acordo com o Chega e ter uma maioria na Assembleia da República cria condições de governabilidade”.

“Não cria. Pelo contrário, é um fator de enorme ingovernabilidade”, sustentou.

Costa afirma ainda que a melhor “solidariedade” que os socialistas podem mostrar é voltarem a ganhar as eleições legislativas de Março. “O PS tem que se concentrar na continuação de uma boa ação governativa que permita continuar a trajectória económica”, apontou aos jornalistas.

O primeiro-ministro demissionário garante que não vai apoiar qualquer dos candidatos à sua sucessão. “Tendo tido o privilégio de ser nove anos secretário-geral do PS com um apoio tão vasto, não ficava bem intervir na escolha de quem me vai substituir.”

Costa ironiza sobre a PGR

O primeiro-ministro demissionário ironizou ainda o revelação de que o parágrafo que levou à sua demissão foi escrito pela própria Procuradora-Geral da República.

“Soubemos pelo Expresso que o parágrafo que me demitiu foi escrito pela Procuradora-Geral da República, o que é uma notícia curiosa porque ninguém partiria do princípio que um comunicado da procuradoria não fosse escrito pela procuradora”, disse Costa.

O socialista reforçou que “cabe à justiça aquilo que é da justiça e à política o que é da política” e que, por isso, não vai interferir com o processo.

“Acho que não faz sentido fazer campanha eleitoral ou debate político sobre aquilo que ocorre na justiça”, salientou.

O ainda líder do PS também desmentiu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha afirmando que o pedido para receber Lucília Gago em Belém no dia das buscas tinha partido de Costa.

“Terá de perguntar ao Presidente da República que comentário público terei eu feito, não me ocorre nenhum“, explicou.

ZAP // Lusa

14 Comments

  1. Apenas alguém com peso na consciência se demitiria, o dinheiro na sua residência oficial no espaço do seu chefe de gabinete não era deste último certamente pois ainda no mês passado este pediu 25000 euros emprestados na CGD. Não é preciso ser muito inteligente para saber que aqueles envelopes tinham outro dono. Depois costa era chefe de um governo de compadrios de venda de favores, tal como o inocente Sócrates. Por isso era importante manter o poder. O PS era um partido falido em 2015 quando foi para o poder a qualquer custo. As contas tem de ser pagas , as do partido e outras, afinal ter só 20 euros na conta bancária é um problema

  2. Com o que está a acontecer, ironizar e fazer campanha eleitoral parece-me, no mínimo. fora de propósito.

    Nem vergonha têm…. o mínimo da decência era estarem todos caladinhos que nem ratos (que são)….

  3. Já desde há muito se notava a grande vontade Do Ti Costa de “voar” para mais altos cimos do poder , mas para isso era preciso “sair do Governo” não como culpado mas como Vitima de más línguas ; e tudo fez para que isso aconteça , en Nome das ditas (contas certas) sacrificou o SNS , a Educação e o poder de compra da classe Media ! ………… Mais Un que vai “Governar-se” para Bruxelas e futuramente Belém …..porque não ?

  4. O governo só caiu porque tinha que cair, o sr. António Costa sabe o porquê, ninguém é virgem na política, nem Pedro Nuno Santos, não se pode exigir ao povo sacrifício quando o governo não o tem. Os dirigentes dos vários partidos políticos têm obrigatoriamente de ter mérito, e só a meritocracia lhes pode dar o direito ao exercício de PM ou PR, os velhos politicos até podem e devem ficar a gerir (ou seja) os novos a comandar, porque são eles que têm a capacidade de inovar, os velhos atrás para lhes dar conhecimento. Já agora: não se vai a lado algum quando se governa para o dia de hoje. Falta uma estratégia de futuro, portugal não tem e por esse motivo somos uma porta aberta a todo o tipo de problemas futuros, não controlamos nada.

  5. Aí está, como sempre, o PS no seu melhor. A culpa é sempre dos outros. O PS é sempre o grupo de meninos de coro, bem comportados, competentes e que são perseguidos pela terrível direita. Os mesmos argumentos de Guterres, Sócrates e, agora, Costa. Alem-se aos Leninistas e aos Trotskistas/Moistas porque aí é que está a demo cria. Quando se ouve o Pedro Nuno a dizer que a IL é um perigoso aliado do PSD para o governo do país, está tudo dito. TENHAM VERGONHA

  6. Está a arriscar-se a ter de depôr em tribunal e a demonstrar de quem era o dinheiro.
    Cuidado, quando menos se espera, está-se com um processo em cima.
    E depois o ónus da prova é seu, não é de mais ninguém.
    Lá por fazer um comentário num jornal, tal não significa que não haja gente atenta ao que se escreve.
    Sabe o que é inteligência artificial?

  7. Acha mesmo que vem?
    Como é que a porcaria pode limpar porcaria?
    Votem nos cheganos votem, que depois logo se arrependem.
    Quando quiserem fazer comentários livres, como os que agora faz, e alguém lhe vier bater à porta, à boa maneira putinista, logo se arrependem.

  8. A esquerda centrista tem um problema de fundo: promete igualde ao povo, promete dizer aos desfavorecidos e que não gostam de trabalhar de que: terá um pouco de tudo, e sim dá. No entanto para o fazer vai buscar a quem trabalha, impostos taxas e taxinhas, Portanto empresas e trabalhadores estão sobrecarregados. É justo? Quem trabalha e merece o que leva para casa, porque os euros não chegam para pagar a hipoteca, ter o carro. Isto é a esquerda no seu melhor.

  9. Não tenho medo do Chega! Tenho pânico do PS que só se preocupa na sua grande família e esta-se “cagando” (Ferro Rodrigues) para Portugal!

  10. Está todo roto este ainda primeiro ministro. Não foi ele que se apressou a substituir a anterior Procuradora Geral da República, no propósito de salvar Sócrates? Não foi este artista que anunciou em Palmela a recandidatura de Marcelo?

  11. Oh, João Soares, Marcelo e Costa estão com as cabeças fritas. ´É lamentável e assustador que alguém os possa chamar políticos. Só fazem borradas.
    O PS brinca com o PSD, e é rival do Chega!
    São como peças dos legos. Andam a brincar. E não é que essas brincadeiras têm um grande prejuízo para os contribuintes?
    E em vez de estarem neste passa-batata/passa-responsabilidades, escolham alguém de jeito para governar o país, alguém que não seja corrupto (isso é difícil encontrar), por exemplo, para os lados do Chega, e assim… ou juntar PSD e Chega… talvez até desse para “esmagar” o PS nas próximas eleições.

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