Mohammed Saber / EPA

Pelo menos 79 pessoas morreram e centenas ficaram feridas devido a ataques aéreos israelitas contra a Faixa de Gaza, entre sexta-feira e sábado. Enquanto isso, os “ecrãs de televisão” estão todos nos céus de Israel e Irão.
Enquanto os holofotes no Médio Oriente estão agora no conflito entre Israel e Irão, Gaza parece estar agora em segundo plano.
Joana Ricarte, especialista em Relações Internacionais, numa análise ao Público sobre a escalada de tensão entre israelitas e iranianos, este sábado, apontou que Israel está a conseguir que a catástrofe humanitária em Gaza fique “completamente esquecida”.
A opinião é partilhada por vários especialistas. Na CNN, Mário João Fernandes, da área do Direito Internacional, considera que “esta iniciativa israelita de atacar o Irão tem a ver com a sobrevivência política de Netanyahu e tirar Gaza dos ecrãs de televisão“.
Mas, enquanto as “câmaras de televisão” estão apontadas aos céus de Israel e Irão, pelo menos, 79 pessoas morreram e centenas ficaram feridas devido a ataques aéreos israelitas contra a Faixa de Gaza, este sábado.
Segundo a agência de notícias palestiniana Wafa, 39 das vítimas morreram no sul do território, 21 na cidade de Gaza e em outros pontos do norte, e outras 19 no centro do enclave; na sequência de ataques israelitas perto de centros de distribuição de ajuda humanitária.
A campanha de ataques israelita na Faixa de Gaza, em curso desde outubro de 2023, já fez quase 55.400 mortos e perto de 129 mil feridos, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, controlado pelo movimento islamista palestiniano Hamas, mas considerados fiáveis pela ONU.
Desde o início da distribuição de ajuda humanitária pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, têm-se registado ataques, atribuídos a Israel, perto dos centros de distribuição, para onde se dirigem milhares de palestinianos esfomeados, devido ao bloqueio à entrada de ajuda imposto por Israel no início de março.
Várias organizações internacionais, com destaque para a ONU, têm criticado a atuação da GHF, com as Nações Unidas a insistir estar pronta para retomar a distribuição de ajuda humanitária, como fez durante anos no enclave palestiniano, desde que Israel o permita e liberte a entrada de camiões de ajuda em quantidade suficiente para suprir as necessidades da população de 2,2 milhões de palestinianos.
Miguel Esteves, ZAP // Lusa
Guerra no Médio Oriente
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Continua a morrer pessoas por covid e ninguém quer saber…. Tal como continua crianças em África a morrer a fome e de doenças com diarreia ( Obrigado Maomé por dizes que nada pode contaminar água a partir dos 200 litros) e ninguém quer saber…. E nenhum destes casos foram as pessoas que iniciaram os problemas como o caso em Gaza ( apenas seguiram as ordens do Maomé).
Caro Miguel Horta:
“As pessoas” de Gaza não iniciaram “os problemas”. Houve certas e determinadas pessoas, em Gaza, que cometeram crimes. Há um mundo de diferença entre dizer que “as pessoas de Gaza” iniciaram os problemas, e que *determinadas pessoas* de Gaza iniciaram os problemas.
É simples: Não existem culpas colectivas. Não existem povos culpados. Existem, isso sim, indivíduos culpados.
Semelhantemente, não existem povos bondosos. Existem, sim, certas e determinadas pessoas que são bondosas.
E, já agora, também não existem “povos eleitos”, por mais que certas religiões digam isso de si próprias…
Não? Mais de 20 guerras declaradas, centenas de ataques terroristas e que eu saiba o povo de Gaza elegeu o Hamas em 2005 e o recebeu em festa quando voltaram com centenas de reféns no 7 de outubro. Vamos ver o que diz a carta aberta do Hamas…
O que é o Hamas?
Artigo 2
O Movimento de Resistência Islâmica é o braço da Irmandade Muçulmana na
Palestina. A Irmandade Muçulmana é uma organização global e o maior movimento islâmico
dos tempos modernos. Ela se destaca pela compreensão profunda e possui uma percepção exata e
totalmente abrangente21 de todos os conceitos islâmicos em todas as áreas da
vida: compreensão e pensamento, política e economia, educação e assuntos sociais,
direito e governo, disseminação [isto é, doutrinação dos princípios do] Islã radical
e ensino, arte e mídia, por meio do oculto e do martírio
e nas demais áreas da vida.
Artigo 7
Os muçulmanos que adotam o caminho do Movimento de Resistência Islâmica e agem para apoiá-lo, adotar suas posições e fortalecer sua guerra santa estão espalhados pela face da Terra, tornando o movimento universal….Os muçulmanos lutam contra os judeus e os matam, e até que
o judeu se esconda atrás das pedras e árvores, e [então] as pedras e árvores dirão: ‘Ó muçulmano, ó servo de Alá, há um judeu escondido [atrás de mim], venha e mate-o.
Artigo 9
Quanto aos objetivos [do Movimento de Resistência Islâmica], eles são: uma guerra até a morte
contra a falsidade, vencendo-a e erradicando-a para que a verdade prevaleça,
as pátrias sejam devolvidas [aos seus legítimos donos] e o chamado do muezim
seja ouvido das torres das mesquitas, anunciando a [re]instituição de
um estado islâmico…
O que ficamos a saber Hamas quer o controlo total e absoluto sobre Gaza, Israel e Jordânia, judeus tem que desaparecer, cristãos tem que pagar Jizya e voltar a condição de escravos
de acordo com
Artigo 12 todos em Gaza são militares todos desde mulheres a crianças a escravos…
O meu Artigo preferido
Artigo 13
Iniciativas [diplomáticas], as chamadas soluções pacíficas e conferências
internacionais para encontrar uma solução para o problema palestino contradizem a posição ideológica do Movimento de Resistência Islâmica. Desistir de qualquer parte
[da terra da] Palestina é como ignorar uma parte da fé [muçulmana].
Um texto longo com acumulação de temas distrai do essencial.
O essencial é:
Não existem culpas colectivas. Ponto.
Inúmeros habitantes inocentes de Gaza (nem é preciso apontar casos óbvios como sejam crianças de berço) viram as suas vidas destruídas e perguntam, com razão: Que mal fiz eu? E o mesmo se passa, obviamente, com inúmeros habitantes inocentes de Israel.
Atribuir culpas colectivas é fácil, mas só dá asneira. A História está repleta de exemplos. “A culpa é dos ciganos”, “a culpa é dos pretos”, “a culpa é dos europeus”, “a culpa é dos fascistas”, “a culpa é dos judeus”, “a culpa é dos cristãos”, “a culpa é dos comunistas”, “a culpa é dos muçulmanos”, “a culpa é dos imigrantes”, tudo isto e outras parecidas são asneiras que só produzem desgraça.
E sem entender esta verdade básica é impossível avançar.
No dia em que crianças de berço ou mais velhas limitarem as acções de Defesa sem limitarem as acções de Ataque, todos vão começar a “fabricar” crianças para poderem Atacar sem serem Atacados