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Casas, uso privado de aviões e pagamento indevidos. Nissan exige 83 milhões a Ghosn

O fabricante de automóveis Nissan Motor avançou com uma queixa num tribunal do Japão contra o ex-presidente do grupo Carlos Ghosn, exigindo-lhe o pagamento de 83,38 milhões de euros.

A queixa que foi apresentada ao tribunal do distrito de Yokohama, cidade onde se encontra instalada a sede da empresa, no Japão, pretende “recuperar uma parte significativa dos prejuízos provocados ex-presidente” acusado de fraude e má gestão.

Em comunicado, a Nissan indica que o valor foi calculado com base nos “prejuízos” provocados pelas “práticas corruptas de Ghosn”, que incluem a compra de várias casas, uso privado de aviões da empresa e pagamentos indevidos a familiares além dos custos legais e relacionados com a investigação interna sobre as atividades do antigo presidente.

A queixa cível que foi apresentada esta quarta-feira está vinculada às acusações de abuso de confiança contra o empresário que atualmente se encontra no Líbano, depois de ter fugido do Japão. A Nissan espera que o montante venha a ser aumentado no futuro.

Este processo é independente da queixa apresentada pela Nissan contra Carlos Ghosn nas Ilhas Virgens Britânicas no dia 30 de agosto de 2019, onde “foram efetuados pagamentos e transações não autorizadas como a aquisição de um iate, entre outros” gastos.

“A Nissan intensificou a campanha para recuperar os danos provocados pelo ex-presidente depois de ter fugido ilegalmente da justiça” japonesa, refere o mesmo comunicado da Nissan que sublinha a possibilidade de novas ações judiciais “por comentários infundados e difamatórios de Ghosn após ter fugido para Beirute”.

O ex-presidente da Renault-Nissan, fugido da justiça japonesa, diz que é vítima de uma “trama” do Japão. O ex-presidente da Renault-Nissan, de 65 anos, está atualmente em Beirute, no Líbano, onde chegou na noite de Ano Novo, depois de fugir do Japão.

O Líbano e o Japão não têm um tratado de extradição, portanto a possibilidade ser preso naquele país pouco provável, mas o Ministério Público libanês, que está a investigar Ghosn num caso ligado aos seus interesses nacionais, proibiu-o de sair do país.

ZAP // Lusa

 

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