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Neeleman aceita 55 milhões para sair da TAP, mas empréstimo da Azul atrapalha acordo

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Stuart Isett / Fortune Brainstorm Green

David Neeleman, dono da Azul Linhas Aéreas Brasileiras

Embora Neeleman tenha aceitado sair da TAP, as negociações com os acionistas privados estão a dificultar o acordo. Em causa está o empréstimo obrigacionista da Azul.

David Neeleman aceitou sair do capital da TAP por uma verba à volta dos 55 milhões de euros. No entanto, o acordo final ainda está dependente de uma condição imposta pelo Estado relativamente ao empréstimo obrigacionista que a companhia aérea brasileira Azul, da qual Neeleman é acionista, fez à TAP em 2016.

De acordo com o Observador, a Azul terá de ceder o direito a converter em capital o empréstimo de 90 milhões de euros que fez à companhia aérea portuguesa.

A solução para fazer chegar à TAP a ajuda de 1.200 milhões de euros sem que haja uma nacionalização, depende não só do acordo com Neeleman, mas também daquilo que os acionistas da Azul decidirem, escreve o Público.

“O Estado está intransigente e não vai dar um passo atrás. A situação entre os acionistas está resolvida, mas só terá efeito se houver a garantia da Azul de que renuncia à conversão”, disse uma fonte próxima das negociações ao matutino.

Na eventualidade de uma nacionalização vir a acontecer, a compra da posição de Neeleman cai por terra. Também os direitos da Azul enquanto credora da TAP ficariam comprometidos numa nacionalização, explica o Observador.

Assim, neste momento, a bola está do lado da companhia aérea brasileira, que tem o poder de evitar a nacionalização da TAP. O Estado continua a querer que a Azul abdique do direito a converter as obrigações em ações da TAP SGPS, a entidade que recebeu o financiamento.

O próprio primeiro-ministro português parece seguro que, ainda esta quarta-feira, será encontrada uma solução para a TAP. António Costa apontou para um possível “acordo com os sócios privados”.

Face ao cenário de uma possível nacionalização da TAP, que tem sido especulado nos últimos dias, António Costa mostra-se reticente, mas não exclui essa hipótese: “Se for necessário, cá estaremos para isso. Espero que não seja necessário”.

ZAP //

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