Nebulosa Olho de Gato recriada em 3D pela primeira vez

Ryan Clairmont / NASA, ESA, HEIC, The Hubble Heritage Team

Uma comparação do modelo tridimensional da Nebulosa Olho de Gato criada por Clairmont e a fotografada pelo Hubble.

Um estudante universitário recriou, pela primeira vez, a Nebulosa Olho de Gato em 3D, permitindo fazer algumas descobertas sobre as suas características.

NGC 6543 ou Nebulosa Olho de Gato é uma nebulosa planetária na constelação do Dragão, a 3 mil anos-luz da Terra. O estudante da Universidade Stanford Ryan Clairmont recriou-a, pela primeira vez, em três dimensões.

As nebulosas planetárias são relativamente comuns no universo visível, com a nebulosa Olho de Gato, do Anel, Helix e Bubble entre as mais conhecidas.

São assim designadas, como planetárias, não por terem alguma relação com os planetas, mas porque foram descobertas no final do século XVIII, por William Herschel, parecendo-se aos planetas nos telescópios da altura.

Estruturalmente, a Nebulosa Olho de Gato é uma das mais complexas conhecidas, tendo-se observado em imagens de alta resolução do Telescópio Espacial Hubble com jorros de material e numerosas estruturas em forma de arco.

O estudo com a recriação em 3D da nebulosa foi publicado, em setembro, na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A partir do modelo 3D foi possível identificar que as características da nebulosa, incluindo jatos e nós, foram formadas à medida que o ângulo e a direção do jato mudavam ao longo do tempo.

Os investigadores conseguiram calcular a inclinação e o ângulo de abertura do jato com base na orientação dos anéis.

“Quando vi pela primeira vez a Nebulosa do Olho de Gato, fiquei impressionado com a sua bela estrutura perfeitamente simétrica. Fiquei ainda mais surpreendido que a sua estrutura 3D não fosse totalmente compreendida”, disse Clairmont, num comunicado citado pela Phys.

“Foi muito gratificante poder fazer a minha própria pesquisa astrofísica que realmente tem um impacto no campo. Jatos de precessão em nebulosas planetárias são relativamente raros, por isso é importante entender como eles contribuem para a formação de sistemas mais complexos como o Olho de Gato. Em última análise, entender como se formam fornece uma visão sobre o destino final do nosso Sol, que um dia se tornará uma nebulosa planetária”, acrescentou.

Estudos modernos revelam uma natureza complexa com intrincadas estruturas que poderiam ser causadas por material ejetado por uma binária acompanhando a estrela central. No entanto, não há evidências diretas da presença desta parceira estelar.

A medição de elementos químicos também revela uma importante discrepância entre as medidas obtidas por diferentes métodos, indicando que há aspetos desta nebulosa que permanecem ainda sem ser compreendidos.

ZAP //

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