O apoio do PSD à candidatura independente do atual presidente da Câmara Municipal de Oeiras chegou a ser dado praticamente como certo. Porém, a aliança entre Isaltino Morais e Rui Rio está em risco de ruir.
No mês passado, a concelhia e a distrital de Lisboa aprovaram o apoio ao movimento independente encabeçado por Isaltino Morais, mas a decisão não foi homologada pela Comissão Política. Segundo o Observador, o presidente do PSD Rui Rio pediu tempo para medir os prós e os contras e a decisão deverá ser tomada em breve.
Contudo, a decisão pode não ser positiva para Isaltino.
Por um lado, ao abdicar de apresentar um candidato próprio a Oeiras, o PSD poderia estar a comprometer a sua estratégia de afirmação nestas eleições autárquicas.
Por outro, o autarca foi condenado pelos crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais e cumpriu pena de prisão efetiva.
Entretanto, tal como pode acontecer com José Sócrates, também o crime de corrupção de que era acusado Isaltino Morais prescreveu. Aliás, o ex-primeiro-ministro beneficiou do mesmo regime de prescrições aplicado a autarca de Oeiras.
Assim, um eventual apoio à candidatura independente de Isaltino coloca um problema ao PSD. O partido terá dificuldades em apoiar a corrida de Isaltino Morais e, ao mesmo tempo, condenar publicamente o estado da Justiça à boleia das decisões tomadas no âmbito da Operação Marquês.
Por sua vez, existe uma boa relação que existe entre Rui Rio e Isaltino Morais e as estruturas locais querem estar ao lado do atual presidente da Câmara. Além disso, se houvesse apoio social-democrata, Isaltino Morais abdicaria de apresentar candidatos a determinadas juntas de freguesia para permitir ao PSD entrar nesse espaço.
Caso Isaltino Morais não seja apoiado pelo PSD, o partido de Rui Rio terá de encontrar uma alternativa: ou aposta numa figura consagrada ou num jovem quadro.
Para já, está tudo nas mãos de Rui Rio.