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Não há infetados em Portugal. Há dois casos de Covid-19 em Madrid e um em São Paulo

cephir / Flickr

O 17.º caso suspeito de infeção por coronavírus em Portugal deu negativo, avança a Direção-Geral da Saúde (DGS). Todos os casos suspeitos de infeção com Covid-19 referenciados em Portugal até esta quarta-feira tiveram resultados de análises negativos. 

Já no país vizinho, foi confirmado esta quarta-feira um segundo caso positivo para Covid-19 em Madrid. Este segundo paciente foi diagnosticado no Hospital Fundación Jiménez Díaz depois de notar ter alguns dos sintomas, deram conta as autoridades de saúde numa conferência de imprensa, na manhã desta quarta-feira, citada pelo jornal espanhol Cadena Ser.

Tal como no primeiro caso diagnosticado em Madrid, também este se trata de um jovem que viajou para o norte de Itália. Os sintomas de ambos começaram nos dias 24 e 25 de fevereiro, um período de exposição muito curto depois do regresso.

Espanha já possui oito casos positivos de coronavírus confirmados em Madrid, Barcelona, Valência e nas Canárias,onde mil turistas estão isolados num hotel em Tenerife.

Há mais de 30 países com casos confirmados, sendo que um dos mais recentes foi no Brasil. O Ministério da Saúde do país confirmou o primeiro infetado. De acordo com a revista Veja, trata-se de um homem de 61 anos, que regressou da Lombardia, em Itália e está internado num hospital em São Paulo. Itália tem 322 doentes espalhados por oito regiões do país, tendo registado 11 mortes.

A Suíça confirmou esta terça-feira o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus no país, no Cantão de Tesino, próximo da fronteira com a Itália. Também a Coreia do Sul anunciou esta terça-feira mais uma morte e 169 novos casos de contaminação pelo Covid-19, elevando o número total de vítimas fatais para 11 e de infetados para 1.146.

A China reportou esta terça-feira 52 mortos devido a infeção pelo coronavírus Covid-19, o menor aumento diário em três semanas, ao mesmo tempo que registou 406 novos casos, a maioria na província de Hubei, epicentro do surto. O número de novos pacientes registou assim uma queda de 20%, em comparação com o dia anterior, enquanto o número de mortes caiu 27%.

Segundo os dados atualizados pela Comissão Nacional de Saúde da China, até à meia-noite de terça-feira, o país somava um total de 2.715 mortos e 78.064 casos confirmados. Entre os infetados, 45.604 continuavam ativos e 8.552 pacientes encontravam-se em estado grave. Quase 30 mil pessoas receberam alta após superarem a doença.

A mesma fonte acrescentou que, até ao momento, 647 mil pessoas foram colocadas sob observação, após terem tido contacto próximo com os infetados, entre os quais 79 mil ainda estão a ser acompanhados.

Um representante da Comissão Nacional de Saúde apurou que, em média, uma em cada cinco pessoas que tiveram contacto próximo com alguém infetado deram positivo para a doença. O número de novos casos suspeitos de infeção ascendeu a 2.491.

As autoridades de saúde de Hubei também divulgaram esta terça-feira o mais recente balanço da doença na província, epicentro de surto e que contabiliza 84% dos casos e 96% das mortes ocorridas na China devido à doença. Hubei reportou 401 novos casos e 52 novas mortes, a maioria em Wuhan, a capital de província.

A China soma 97% dos casos mundiais de infeção pelo novo coronavírus. Além dos mais de 2.700 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França e Taiwan.

Barco com 194 migrantes pode atracar na Sicília

O barco da organização não governamental alemã Sea Watch, com 194 migrantes resgatados no Mediterrâneo, foi autorizado a atracar no porto de Messina, na Sicília, mas todas as pessoas têm de ficar em quarentena por causa do novo coronavírus. O navio humanitário aguardava desde quarta-feira da semana passada por um porto para atracar.

Na quarta-feira passada o navio tinha 121 pessoas resgatadas e na segunda-feira resgatou e salvou outras 73 no Mediterrâneo central.

Sea-Watch International / Twitter

O navio alemão Sea-Watch 3

A ONG anunciou durante a noite que tinham tido permissão para atracar no porto de Messina. Mas, tal como aconteceu com o navio humanitário Ocean Viking, das ONG Medical Without Borders e SOS Mediterranée, a chegada à Itália vai implicar quarentena, de acordo com as novas normas sanitárias impostas devido à disseminação do coronavírus.

O presidente da região da Sicília, Nello Musumeci, ordenou que a quarentena de 14 dias dos migrantes e da tripulação fosse realizada dentro do navio e não no centro de acolhimento.

No caso do Ocean Viking, as 274 pessoas resgatadas foram isoladas no centro de acolhimento, enquanto 32 tripulantes e um jornalista alemão que estavam a bordo estão em quarentena na costa de Pozzallo, o porto siciliano onde os migrantes foram autorizados a desembarcar.

Taxa de mortalidade do coronavírus continua por apurar

A comunidade científica não conseguiu ainda apurar o quão mortal é o Covid-19, que se está a espalhar pelo mundo, sendo que a própria taxa de mortalidade difere dependendo da região na China.

À medida que o número de infeções dispara em outros países, mesmo uma baixa taxa de mortalidade pode resultar em muitas vítimas mortais. Entender a razão pela qual certos locais apresentam menor taxa de mortalidade do que outros é crítico para compreender a doença, observaram analistas.

“Os resultados podem ser maus numa face inicial do surto até que realmente se compreenda como melhor se deve gerir a situação”, afirmou o enviado da Organização Mundial da Saúde que liderou uma equipa de cientistas recém-chegados da China, Bruce Aylward.

Em Wuhan, a cidade do centro da China de onde o coronavírus é originário, 2% a 4% dos pacientes morreram, segundo a OMS. No entanto, a taxa de mortalidade nas restantes regiões do país fixou-se em 0,7%.

O vírus é o mesmo nas diferentes regiões do país, mas a rápida propagação da doença em Wuhan, mesmo antes que se soubesse da sua existência, sobrecarregou as instalações de saúde locais. Como é habitual no início de um surto, os primeiros pacientes já estavam gravemente doentes antes de irem consultar um médico, explicou Aylward.

Noutras partes da China, as autoridades conseguiram identificar os sintomas mesmo nos casos mais leves – o que significa que havia mais infeções conhecidas para cada morte contada. E, embora não haja tratamentos específicos para o Covid-19, os cuidados de saúde podem ajudar.

A China passou de uma média de 15 dias entre o início dos sintomas e a hospitalização, no início do surto, para cerca de três dias, recentemente.

Até à semana passada, a maioria das pessoas diagnosticadas fora da China tinham visitado recentemente o país asiático. As pessoas que viajam estão num bom estado de saúde e, portanto, podem recuperar melhor, observou Lauren Sauer, especialista em surtos da Universidade de Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

Os países começaram a monitorizar passageiros vindos da China, permitindo detetar infeções mais cedo, em locais onde o sistema de saúde não estava ainda sobrecarregado. Mas isso mudou, à medida que novos casos e mortos surgiram rapidamente no Japão, Itália, Irão ou Coreia do Sul.

Aylward alertou que as autoridades devem ter cuidado com taxas de mortalidade “artificialmente altas” no início: alguns destes países provavelmente estão a atender apenas pacientes num estado mais grave, como ocorreu inicialmente em Wuhan, enquanto casos mais leves abdicam de consultar os médicos.

A síndrome respiratória aguda grave, ou pneumonia atípica, um outro coronavírus originário na China, em 2003, revelou-se muito mais mortal em 2003: cerca de 10% dos pacientes morreram. No caso da gripe, a taxa de mortalidade por gripe sazonal é de cerca de 0,1%.

Pessoas idosas, especialmente com doenças crónicas, cardíacas ou pulmonares, têm maior risco de morrer por infeção do Covid-19. Entre os mais jovens, as mortes são raras.

ZAP // Lusa

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