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“Não me vou demitir”, garante presidente da Câmara de Borba

Nuno Veiga / Lusa

O autarca reagiu pela primeira vez à acusação de cinco crimes de homicídio, na sequência da derrocada de uma pedreira de Borba e garantiu que não se irá demitir.

António José Lopes Anselmo, presidente da Câmara de Borba e um dos oito arguidos do processo alusivo à derrocada na pedreira, admitiu esta quinta-feira que não tem a intenção de se demitir.

Não me vou demitir“, assegurou em declarações aos jornalistas, não adiantando mais pormenores ao referir que o caso está em “segredo de justiça”, avança a TVI24.

Esta é a primeira vez que o autarca reage depois de ter sido acusado pelo Ministério Público no âmbito do processo relativo à derrocada na pedreira de Borba, que tirou a vida a cinco pessoas em novembro de 2018.

Esta quarta-feira, o Ministério Público deduziu acusação contra oito arguidos, um deles uma pessoa coletiva, no caso da derrocada da estrada 255 em Borba, por “vários crimes de homicídio e de violação de regras de segurança”. Os crimes “foram imputados a decisores políticos locais, a responsáveis de serviços da administração direta do Estado”, ao “responsável técnico” e à “sociedade proprietária de pedreira”.

O presidente da Câmara de Borba defendeu que “uma coisa é ser acusado, outra é preparar a defesa”, assegurando que “quem está em cargos políticos faz sempre a melhor coisa para servir a população”. “Consciência tranquila” sempre teve, sublinhou ainda.

A 19 de novembro de 2018, um troço de cerca de 100 metros da estrada municipal 255, entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, colapsou devido ao deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra para o interior de duas pedreiras.

O acidente causou a morte de dois operários de uma empresa de extração de mármore na pedreira que estava ativa e de outros três homens, ocupantes de dois automóveis que seguiam no troço da estrada que ruiu e que caíram para o plano de água da pedreira contígua sem atividade.

À margem do processo judicial, os 19 familiares e herdeiros das vítimas mortais da derrocada receberam indemnizações do Estado, num montante global de cerca de 1,6 milhões de euros, cujas ordens de transferência foram concluídas no final de junho.

ZAP //

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